domingo, 13 de abril de 2008


Já dei risada até a barriga doer e dei risada quando não podia.


Já corri até perder o fôlego.


Já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado.


Já me queimei brincando com vela.


Já toquei prato na banda da escola (o instrumento mais odiado por todos, mas eu adorava).


Já saí pela janela de casa pra ir a uma balada com as amigas enquanto meu pai dormia e até hoje ele não sabe.


Já fiz pedido pra estrela cadente.


Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.


Já passei trote por telefone.


Já tomei banho de chuva.


Já fiquei olhando chuva de granizo, enchi um baldinho e chupei tudo sozinha.


Já roubei beijo.


Já toquei campanhia e corri.


Já confundi sentimentos.


Já peguei atalho errado, me perdi, tive que voltar e nunca consegui chegar ao destino desejado.


Já raspei o fundo da panela de brigadeiro.


Já quase morri, desmaiei e fui socorrida por um cara que eu era apaixonada.


Já chorei lendo no ônibus.


Já dancei coreografia e caí no meio da apresentação.


Já subi em árvore pra roubar fruta.


Já caí da escada de bunda.


Já subi na mesa da escola e iniciei um striptease de mentirinha.


Já beijei um desconhecido dentro de um ônibus lotado.


Já fiz juras eternas.


Já escrevi no muro da escola e numa árvore também.


Já dancei a dança do passarinho numa festa do Dia das Crianças e ganhei um saco cheio de doces.


Já chorei sentada no chão do banheiro.


Já fugi de casa pra sempre e voltei no outro instante.


Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça.


Já achei a vida uma merda e que não valia a pena viver.

Ja fui parar na delegacia por roubar o carro do meu pai aos 17 anos


Já perdi a hora pra escola sonhando acordada na cama


Já chorei escondida com medo de parecer fraca


Já comi duas latas de leite condensado puro durante uma crise de TPM


Já quis ser astronauta, bailarina, médica, física, veterinária e professora

Já saí escondida de casa

Já fingi orgasmos

Já tive orgasmos múltiplos

Já sorri com falsidade

Já recebi sorrisos falsos

Já me apaixonei por um desconhecido

Já aprendi que amores distantes doem


Já tentei aprender a lidar com a indiferença

Já tomei porre de tequila

Já torrei todo meu salario em sapatos

Já achei que se eu morresse as pessoas a minha volta seriam mais felizes

Já chorei de emoção e abracei um estranho

Já me achei feia

Já me achei bonita

Já levei um soco

Já fui pra motel apenas pra dormir e assistir filme


Já entendi que tem certas coisas na vida que nunca mudam, nossa essência é uma delas.