quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

2010

Foi um ano incrível, apesar de todas as decepções!!

Olhando para trás, vi o quanto aprendi: devo ter mais cuidado com o meu coração, pensando sempre muito antes de entregá-lo a quem me diz "eu te amo". Muitas vezes, essas palavras são ditas sem a menor verdade. E por falar em verdade, tive a prova incontestável de que esta é a maior de todas as armas que podemos ter na vida! Aliás, não só a arma, como o escudo, a armadura... Em compensação, infelizmente, tive a oportunidade de assistir, de camarote, como a mentira pode destruir uma vida. Foi muito, muito triste... E espero que quem ainda escolhe esse tipo de caminho, consiga encontrar uma saída, um retorno.

Aprendi que minha fé é grande e que devo confiar muito em todos os "guias espirituais", que me auxiliam e orientam nessa jornada terrestre. Contudo, compreendi que a fé maior deve ser em mim mesmo e que devo tomar minhas próprias decisões, seguindo minhas idéias, minha intuição e meu coração.

Aprendi que internet não é o melhor lugar para arranjar alguém para compartilha a minha vida - sim, há exceções, mas são raras! Aprendi a dar valor em quem me dá valor e a não ficar mendigando amor.

Aprendi a economizar dinheiro! Que é melhor juntar e comprar à vista do que me encher de prestações! Aprendi que é melhor dizer aos amigos "estou dura" e ficar em casa assistindo filme e comendo pipoca, do que me enfiar em dívidas no cartão de crédito só prá não admitir que estou passando por uma situação financeira complicada.

Aprendi muita coisa mesmo! Tanta, que não vou me lembrar de tudo. E isso aqui ficaria muito chato se eu fosse citar cada coisa, de qualquer maneira... Contudo, por conta desses aprendizados, sinto como se 2010 fosse a chance de recomeçar a minha vida.

Estou exultante por ter conseguido, finalmente, depois de muitos anos, sanar todas as minhas contas, coisas pendentes, duvidas, brigas, de quando eu era uma jovem de 18 anos, irresponsável e inconseqüente! Veja só quanto tempo, energia e dinheiro foram gastos até eu chegar aqui! Em muitos momentos, duvidei que conseguiria limpar toda essa bagunça sozinho, mas consegui. E, na verdade, não estava sozinho. Como eu já disse, muito devo ao plano espiritual.

Ano que vem também começarei de coração vazio de coisas do passado! Na verdade, vazio não. Amor eu tenho muito!! Dos meus pais, dos meus queridíssimos amigos! Ah!... Como eu amo meus amigos... Se não fossem eles do meu lado, talvez, eu fraquejasse muito mais. Abro aqui um parênteses para declarar meu amor incodicional a cada um de vocês que convivem comigo, meus amados, meus escudeiros, e aproveito para me desculpar por qualquer palavra torta, qualquer momento de raiva ou incompreensão. Faz parte da nossa amizade, eu sei, mas mesmo assim, sinto-me melhor pedindo-lhes perdão. Fecha parênteses. Agora, voltando à história do coração vazio, será muito bom começar o ano botando os sentimentos em ordem, me amando mais, entendendo o quanto sou especial e o quanto mereço alguém tão especial como eu ao meu lado! Desculpem aos que acharem que eu estou sendo arrogante ou convencido, mas na verdade, essa é a minha verdade.

Agradeço, agradeço e agradeço à Deus, aos meus "guias", aos meus amigos, à minha família e à todos que se importam comigo por absolutamente tudo nesse ano que termina! Peço que a vida de cada um (inclusive daqueles que, mesmo me fazendo mal, fizeram-me o bem de tornar-me mais forte) seja abençoada, e que todos consigam abrir seus corações para um Ano Novo onde todos teremos a chance de recomeçar.

Feliz 2010!!

Bjs, Mônica Mardegan

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Baby



Eu gosto do claro quando é claro que você me AMA.
Eu gosto do escuro no escuro com você na CAMA.
Eu gosto do não se você diz NÃO viver sem mim.
Eu gosto de tudo, tudo o que traz você aqui.
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe.
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo.
Adoro a pressa quando sinto.
Sua pressa em vir me amar.
Venero a saudade quando ela está pra terminar...
Baby, com você já, já!!!
Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão.
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã...
Eu finjo que eu não esperava xDD
Gosto de fazer amor fora de hora,
Lugares proibidos com você na estrada.
Adoro surpresas sem datas...
Chega mais cedo amor,
Eu finjo que eu não esperava,
Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós...
E de telefone, se do outro lado é a sua voz...
Adoro a pressa quando sinto...
Sua pressa em vir me amar!
Venero a saudade quando ela está pra terminar...
Baby com você chegando já.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

nada

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso:
não fazer mais nada.
Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...

o de mais nada fazer.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mosaicos

Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo e o que não mata com certeza fortalece.
Às vezes mudar é preciso, nem tudo vai ser como você quer, a vida continua.
Pra qualquer escolha se segue alguma conseqüência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze.
Essa história de que é melhor acordar arrependido do que dormir com vontade é mentira! Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Nem todo mundo é tão legal assim, e de perto ninguém é normal. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor e os amigos ainda se contam nos dedos
Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Alguém

Alguém é quem não é Ninguém.
Alguém é uma pessoa importante. Alguém certamente deve estar lendo esse monte de merda e rindo que nem um pastel...
Como eu acabei de dizer, alguém é um cara legal, mas pode as vezes ser um cara chato. Alguém pode ser um amor, mas também pode ser o fim de tudo, o seu maior problema. Alguém te ama, como também alguém te odeia. Alguém é alguém, mas alguém jamais será ninguém...
Alguém foi criado por um outro alguém que é filho de outros dois alguéns e neto de outros quatro alguéns e assim vai... Porém ninguém sabe o nome do alguém que criou o Alguém, não foi Chuck Norris pois se tivesse sido ele Chuck Norris seria um alguém (o que ele ñ é). Mas se alguém é alguma coisa, oque é o ninguém? se o ninguém é o contrário de alguém, ninguém é = nenhuma coisa. Mas como alguém poderia ter criado o Alguém? Então ninguém criou alguém, mas ninguém é alguém? Mas se alguém criou alguém então alguém já existia desde a criação do mundo! Mas quem nos criou? Quem nos criou foi alguém (para alguns Deus, Chuck Norris, Aláh etc)... então seria Alguém um Deus? Mas para tudo o que existe foi criado por alguém, então Alguém não é um Deus pois foi criado por outro alguém que também não é um Deus pois foi criado por outro algúem... Então não existe Deus? Então Deus é ninguém! ... Não da pra dizer o que é alguém, então fica ai a dúvida!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Estações

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Assim como as estações, as pessoas têm a habilidade de mudar.
Não acontece com freqüência, mas quando acontece, é sempre para o bem.
Algumas vezes leva o quebrado a se tornar inteiro de novo.
Às vezes é preciso abrir as portas para novas pessoas e deixá-las entrar.
Na maioria das vezes, é preciso apenas uma pessoa que tenha pavor de demonstrar o que sente para conseguir o que jamais achou possível.
E algumas coisas nunca mudam.
E que comece o novo jogo.

sábado, 15 de agosto de 2009

Gripe

O problema dos novos começos é que eles precisam de algo para terminar.
Alguns finais levam um tempo para se revelarem.
Mas quando isso acontece, eles são mais fáceis de ignorar.
Alguns começos iniciam tão silenciosamente, que você nem nota quando acontecem.
Mas muitos finais vêm quando você menos espera.
E o que eles pressagiam é mais negro do que você imagina.
Nem todos os começos são para se celebrar.
Muitas coisas ruins começam: brigas, época de gripe.
E a pior de todas .. quero começar algo.

Ai.

Passat


Sou cheia de manias.
Tenho carências insolúveis.
Sou teimosa.
Hipocondríaca.
Raivosa, quando sinto-me atacada.
Só ando no banco da frente dos carros.
Mas não imponho a minha pessoa a ninguém.
Não imploro afeto.
Não sou indiscreta nas minhas relações.
Tenho poucos amigos, porque acho mais inteligente ser seletivo a respeito daqueles que você escolhe para contar os seus segredos.
Então, se sou chata, não incomodo ninguém que não queira ser incomodado. Chateio só aqueles que não me acham uma chata, por isso me querem ao seu lado.
Acho sim, que, às vezes, dou trabalho.
Mas é como ter um Rolls Royce: se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para um Passat ... Rá!

quarta-feira, 15 de julho de 2009


Hoje me perguntaram ' que lição eu tive do meu ultimo relacionamento '...
Pensei em tudo que aconteceu, isso demorou um pouco, coisas boas, maravilhosas e péssimas.
Antes, depois..tanto faz, o que importa é o agora!
Aprendi que eu sabia de varias premissas, sabia que eu sabia, e por mais que eu sabia, queria não saber, "belissima contradição"...Shakespeare estava certo,e eu sempre soube que amores eternos podem acabar em uma noite; que grandes amigos podem se tornar ferrenhos inimigos; que o amor, sozinho, não tem a força que imaginei; que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno; que nunca conhecemos uma pessoa de verdade,afinal gastamos a vida inteira para conhecermos a nós mesmos; que confiança não é artigo de luxo, e sim de sobrevivência e quão dificil é para conquista-la e quão facil para perde-la; que os poucos amigos que te apóiam na queda são muito mais fortes do que os muitos que te empurram; que o " nunca mais" nunca se cumpre; que o "para sempre" sempre acaba; que minha família, com suas 1000 diferenças, está sempre aqui quando preciso; que vou sempre me surpreender, seja com os outros ou comigo; que vou cair e levantar milhões de vezes...
E ainda não vou ter aprendido tudo.
Mas principalmente aprendi que a gente para de gostar das pessoas.
Ainda bem.
E que apesar de tudo, acredite no Filtro Solar!

na vitrola : sum 41 - with me.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Mentira




A mentira talvez seja a atitude mais emblemática do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” ou da distância entre a intenção e o gesto. Em todas as suas formas variadas, como a dissimulação, a omissão e a fantasia, ela está onde o homem está. Aliás, mais ainda, ela está onde um resquício de consciência existe, posto que mesmo os animais, como os gatos e os cachorros, enganam.

Não tenho o menor objetivo de estudar a fundo esse assunto. Acho que céus e terras passarão, mas este assunto não se esgotará, de forma alguma. Então, deixando as grandes questões filosóficas e existenciais de lado, vamos ao que interessa: os problemas de ordem corriqueira decorrentes de contar uma mentira.

Como exposto de forma exagerada em um episódio de The Big Bang Theory, o problema da mentira é ter que agir pra impedir que ela seja descoberta. Seu objetivo, depois de alguns dias, horas ou, em casos muito críticos, minutos, passa não ser mais a encobrir a verdade original, mas a sustentar a teia de mentiras.

Sim, pois há um corolário à prática deste delito: uma mentira leva a outra, que leva a outra, que leva a mais duas e assim em diante até o final dos tempos ou até que o assunto seja esquecido, se você tiver muita, muita sorte. Ou até que você seja desmascarado, o que não vai ser legal, mas você já sabe disso.

Às pessoas experientes neste ato, criar uma história e amarrá-la de forma segura a conceitos e fatos que não interessam nem um pouco ao seu interlocutor é quase natural. Assim, corriqueiramente, pode-se dizer que não pode fazer algo porque tem uma tarefa pra completar pra faculdade [jogando no Kongregate], pode-se evitar uma festa de aniversário porre porque tem que fazer algumas coisas no Centro da cidade [ler na livraria local ou perambular mesmo] ou pode-se dizer que foi o incenso que produziu aquele cheiro adocicado levemente familiar à memória do seu pai crescido na década de 1970.

O máximo que isto suscitará serão perguntas sobre novos hábitos ou uma ou outra explicação adicional, mas nada muito aprofundado. O grande problema é quando você erra a mão e, estatisticamente, dado que mentimos umas cem vezes, pelo menos, por dia, até sem perceber, isso está fadado a acontecer. Talvez antes do final deste mês. Ou desta semana. You never know.

Já me aconteceu de dizer que morava em Botafogo [nem me pergunte por quê escolhi este bairro em específico... foi aleatório] e dar azar de indicar a mesma rua em que a tal pessoa vivia… tive que me esquivar de uma oferta de dividir um táxi e pensar em trinta motivos para fazê-lo, enquanto tinha que decidir quais coisas devia dizer que conhecia/lembrava e quais não das que ela me dizia. Não é agradável, mas, por sorte, nosso contato é marginal e isso não vai me afetar diretamente. Acho.

Isso leva a outro problema prático de mentir: o envelhecimento da mentira. Às vezes, isto pode ser uma grande benção. Se você for esperto, fará com que ela evolua até uma verdade. Por exemplo, eventualmente, posso me mudar de Botafogo para o bairro correto ou mesmo para Petrópolis. Ou dizer que foi tudo bem na prova ou na apresentação para a qual estava estudando naquele dia.

Por outro lado, a nossa memória não costuma ser a coisa mais confiável do mundo, especialmente à medida que avançamos nas décadas de existência. Se já não conseguimos lembrar de todas as coisas verdadeiras, que dirá das ficções que inventamos para nos proteger mesmo que de um mal imaginário? A resposta “Do quê você tá falando?” pode ser fatal.

Então, no final das contas, a verdade é mais prática do que a mentira. Exceto que não conheço ninguém que lide muito bem com a sinceridade suprema. Além disso, some-se isto à história das “mentiras brancas”, aquelas que não fazem mal a ninguém e pronto. Bem-vindo ao deserto do real. Onde nada é verdadeiro e tudo não passa de uma grande farsa encenada por todos, se você escolher este ponto de vista.

Logica e sentido




Todo mundo sabe disso, nem sei ao certo porquê me dou ao trabalho de escrever algo assim no final de cada período de ausência.

É difícil manter uma discussão quando as pessoas não concordam sobre o quê determinadas palavras significam. Ou, melhor dizendo, não sabem ao certo o que significa uma e o que significa outra, resultando em uma confusão desnecessária e frustrante. É como tentar falar português com um espanhol. Vai dar pra entender quase tudo, mas quase não é tudo. Na hora da verdade, zanahoría e sartén não se parecem em nada com suas contrapartes da nossa língua.

Duas palavra delas que geram tal problema são lógica e sentido. Embora cada umas possuam diversas acepções [diferente de, não sei, panela ou báculo], existe uma que gera algo que lembra sinônimos, mas na verdade seria mais conceitos relacionados. Bom exemplo é a Teoria das Supercordas.

Como disse o Leonard, o máximo que se pode falar sobre a Teoria das Supercordas é que ela tem lógica interna consistente. Ao dizer que algo tem lógica, você não está dizendo que essa coisa faz sentido e isso é extremamente relevante.

Por exemplo, o modo de pensar dos psicopatas costuma ter lógica. Eles seguem uma série de premissas que resultam, através de análise lógica, em resultados evidentes. Você pode claramente traçar relações entre pensamentos e ações e entre princípios e consequências. A partir dos próprios atos, você é capaz de encontrar, senão todas as causas, as mais relevantes.

Para que esse modo de pensar tivesse sentido, eu teria que concordar com as premissas básicas. Eu teria que pensar que elas são válidas. Portanto, vê-se claramente uma divisão fácil de se fazer: dizer que uma coisa é lógica é racional; dizer que algo faz sentido é subjetivo. O que faz sentido para mim pode não fazer sentido para um amigo meu. Por outro lado, se algo tem lógica, tem lógica independente de mim ou de você ou do padeiro da esquina. É uma característica tão intrínseca de determinado pensamento ou conjunto de idéias quanto dizer que uma caneta azul. Oras, ou ela é azul ou ela não é [não vou entrar no mérito aqui de subdivisões de cores].

Concluindo: ao entrar em uma discussão, lembre-se que lógica não é sentido. Se os argumentos do seu contestador não tiverem lógica, seu trabalho será muito mais simples do que se eles tiverem lógica, mas nenhum sentido, porque você terá que convencer os outros dessa visão.

Agora


"É íncrível o quanto cada um ainda não se dá conta da sua própria raridade, do espetáculo que é ser um em um milhão, ser um milhão em um.
Ninguém as vezes lembra que só você pra sentir o medo e a coragem do jeito que você sente, só você.
Daquilo que é óbvio, daquilo que nos faz um tanto bem maior, daquilo que nos faz amadurecer diariamente:
- A capacidade que a gente tem de olhar no olho, de agradecer, de poder dialogar, críticar com sensibilidade, com coragem. Que a gente saiba valorizar cada momento nosso, porque todo mundo aqui já está automaticamente em extinção.
Só existe um de cada um de nós.
Que a gente saiba cuidar muito disso... e agente tem que honrar isto em cada gesto nosso.
É apartir daqui o diálogo: ontem acabou, passou, já foi, o milésimo gol não veio; amanhã, amanhã nem começou ainda, agente só tem agora para ser e estar, agente só tem agora pra olhar no olho, pra criticar, agente só tem agora pra se declarar..."

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Passa...


Porque para viver de verdade a gente tem que quebrar a cara ?!
Tem que tentar e não conseguir.
Achar que vai dar e ver que não deu.
Querer muito e não alcançar.
Ter e perder.
Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita.
Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, mas que tem que ser ouvida.
A vida é incontornável.
A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai.
Dói, ai.
Eu sei como dói.
Mas passa. Tá vendo a felicidade ali na frente?
Não, vc não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente.
Continue andando.
Vc vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço.
Vai querer desistir, mas não vai desistir porque vc é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando.
Vc vai ser feliz.
Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha?
Vc ainda vai olhá-la e rir da cara dela...

PS: Tô rindo!

Perguntas


O mundo é feito de contrastes que devem ser harmonizados.
Conserve o seu ideal e aceite o do outro.
A vida é repleta de reveses, mas é na adversidade que se revela o melhor de nós.
As folhas caídas jamais retornam a árvore, cada um de nós é o presente, o passado e o futuro.
Um simples alfinete é capaz de movimentar um lago, faça pequenas revoluções.
Comece mudando suas própias atitudes. E aos poucos o mundo que o cerca mostrará as mudanças que começaram em você.
Não busque desesperadamente uma coisa.
Esqueça-a.
A verdadeira visão surge quando ja não se vê.
E também muitas vezes a resposta que procura esta contida na propia pergunta.
Não disperdice tempo perguntando demais aos outros.
Em geral você ja sabe a resposta.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Beijos


São beijos, não se consegue explicá-los.
Mas é óóóótimo entendê-los.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A simples vida



Nasceu, chorou, gritou, respirou, silenciou, bebeu, comeu, borrou. Dormiu, despertou. Engatinhou, berrou... lambeu, sujou, pegou, soltou. Dormiu, sonhou. Chorou, chorou... chorou. Andou, falou, cresceu.
Comemoraram.
Brincou, caiu, brigou, perdoou, desculpou e envergonhou-se. Sorriu, sorriu, sorriu, caminhou, pulou, chutou. "Gol!".
Estudou, aprendeu, reprovou... Passou.
Beijou, apaixonou, suspirou. Odiou. Esqueceu, lembrou. Mudou, escutou, viu, gostou: escreveu, rasgou.
Irou-se, calou-se, frustrou-se. Reconheceu. Confessou, declarou, ouviu... e se entristeceu. Ligou, desistiu. Esperou... Recomeçou.
Arrumou, continuou, insistiu, conseguiu, prosperou, ganhou, recebeu, deu. Abraçou, cultivou, cantou, juntou e se emocionou. Amou.
Agradeceu, congratulou. Viajou.

Retornou. Continuou.

Morreu.
Lembraram. Sorriram, choraram... de contentamento.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Eu


Quem sou eu?
Quando não temos nada de prático nos atazanando a vida, a preocupação passa a ser existencial.
Pouco importa de onde viemos e para onde vamos, mas quem somos é crucial descobrir.

A gente é o que a gente gosta. A gente é nossa comida preferida, os filmes que a gente curte, os amigos que escolhemos, as roupas que a gente veste, a estação do ano preferida, nosso esporte, as cidades que nos encantam.

Eu sou primavera, disparado. E ligeiramente outono. Estações transitórias.

Sou bala azedinha. Sou chá. Sou bife. Sou coca-cola. Sou filé com fritas. Sou morango com brigadeiro. Sou salmão com molho de limão. Sou cachorro-quente com frango e cheddar, e sem maionese.

Sou livros. Dicionários. Sou guias de viagem. Revistas. Sou mapas. Sou Internet.

Sou rosa. Sou loira. Sou cabelo lencaracolado. Sou jeans. Sou vestidos. Sou ar condicionado. Sou bicicleta. Sou praia.

Sou mais mesa do que cama, mais dia do que noite, mais flor do que fruta, mais doce que salgado, mais música que silêncio, mais pizza que banquete, mais refri que suco. Sou esmalte vermelho.Sou perfume importado. Sou cara lavada. Sou eu mesma.

domingo, 28 de junho de 2009

Ressaca


Gostar hoje do que vc não gostava ontem.
Não caber e deixar vazar. Saber tudo,alguma coisa ou quase nada.
Deitar-se na grama.
Se afogar em um quarto vazio.
Voar de avião,dançar,ver o sol raiar.
Criar conflitos.
Achar uma pessoa no bolso.
Transar fazer amor, ou tudo ao mesmo tempo.
"Tirar a inteligência das coisas para vê-las"...
Achar a doçura e loucura de todas as coisas.
Ouvir um disco que vc nunca ouviu antes.
Contar uma mentira.
Errar,perdoar,reparar.
Escrever uma carta sabendo que não vai mandá-la.
Ler um jornal velho.
Chorar de saudade.
Dormir, comer, descobrir uma coisa nova.
Tudo que é quase igual, mas não se pareçe em nada.
Discutir um assunto,
Falar eu te amo para quem vc nem sabe.
Esquecer uma coisa, ou todas.
Qualquer coincidência é mera semelhança.
O que muda um dia para o outro não é o sol que nasceu, ou o número no calendário mas sim,um novo amor.
Não importa se por um objeto, por alguém que vc nunca viu ou que já amava antes.
Um novo dia é a morte de um amor para o nascimento de outro, mesmo que esse outro tenha sido ontem o novo amor que iria morrer hoje para se tornar o amor de amanhã. Um novo dia é uma outra forma de amar a mesma coisa.
Pode ser um ódio cego ou um amor bobo que durará poucos batimentos.
E não tem nada que te salve de ficar preso em algum ontem, eternamente repetindo o mesmo bom dia, boa tarde e boa noite.
Um novo dia é vc mesmo cutucar com vara curta sua própria onça.
O que não sobrevive a um assassinato por segundo, não aguenta nenhum para sempre.
O sol nasce, e não está nem aí pra gente.
Não queira tirar o seu da reta.
Levante-se vá vc mesmo arrancar a folhinha do seu calendário.
Empurrar o sol para cima do horizonte, depois derrubá-lo ladeira abaixo e carregar a lua nas costas.
Dizer o que te envergonha,o que vc sonha. Olhar no olho de uma mulher linda.
Decorar uma musica.
Um novo dia é um porre sem beber.E depois se orgulhar da ressaca.

Felicidade



Por muito tempo, eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. Aí sim, a vida de verdade começaria.

Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade.
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.
A felicidade é o caminho!
Assim, aproveite todos os momentos que você tem.
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém.
Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade; até que você volte para a faculdade; até que você perca 5 kg; até que você ganhe 5 kg; até que seus filhos tenham saído de casa; até que você se case; até que você se divorcie; até sexta à noite até segunda de manhã; até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova; até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos; até o próximo verão, outono, inverno; até que você esteja aposentado; até que a sua música toque; até que você tenha terminado seu drink; até que você esteja sóbrio de novo; até que você morra; e decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo...
Lembre-se: felicidade é uma viagem, não um destino.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

TEMPO


Tem época na vida da gente que parece que os encontros 'amorosos' são mais uma provocação do que uma oportunidade de se sentir satisfeito e feliz... Assim, vamos contabilizando decepções e desacreditando na possibilidade de viver uma experiência positiva e motivadora.

Quando isso acontece, creio que o melhor seja parar. Uma pausa para aprender. Ou melhor, antes apreender. Perceber o que está acontecendo, quais são nossos verdadeiros desejos e quais tem sido nossas atitudes para torná-los concretos.

Muitas vezes, fazendo uma análise mais justa e desapegada, sem assumir nenhum papel, nem o de vítima das armadilhas da vida, nem da sacanagem dos outros e nem o de culpado, como se tudo o que fizéssemos estivesse definitivamente errado, terminamos descobrindo que há alguma incoerência nisso tudo.

Só que para isso precisamos de tempo... e principalmente de coragem para admitir limitações, assumir pensamentos negativos e confiar mais na sabedoria da vida e seu ritmo. O que acontece, no entanto, é que a maioria de nós não quer esperar, não quer refletir. Tem apenas um único pensamento que alimentamos o tempo todo: quero namorar, quero ter alguém!!!

Será que estar com alguém é o mesmo que estar feliz? Pode ser que sim, mas pode ser que não... e se por qualquer motivo você não tem ficado com quem deseja, talvez seja o momento ideal para um intervalo, tão útil entre uma decepção e outra...

Tempo de se observar, de observar as pessoas e ouvir o que elas dizem. Tempo de aprender, crescer, ter uma nova conduta, desenvolver uma nova postura. Aguardar até que a vida lhe mostre qual é o melhor caminho a seguir... mas para ver, você precisa estar atento... sem tanta ansiedade, sem tanto desespero para tentar fazer com que as coisas aconteçam do jeito e na hora que você quer...

E se nenhuma resposta vier, talvez signifique que você precisa ver e ouvir com o coração. Respeitar o silêncio. Aceitar a ausência de quem você tanto deseja encontrar... Talvez não haja uma resposta e nem haja uma explicação.

E se insistirmos em não aceitar, em brigar, em nos rebelar, em nos revoltar... conseguiremos tão somente mais dor... e menos amor. Aceite que você não tem o controle, que você não pode decidir sozinho, que o universo tem seu próprio ritmo. Faça o que está ao seu alcance; faça a sua parte... e bem feito; da melhor maneira que puder...

E o que não puder, entregue e espere... porque embora diga sabiamente a música "quem sabe faz a hora, não espera acontecer", tem ocasiões nesta vida em que quem sabe espera acontecer e respeita a hora de não fazer... até que um dia, o amor de repente acontece... porque seu coração estava exatamente onde deveria estar para ser encontrado.

domingo, 21 de junho de 2009

Estações


Em uma tarde de outono você lembra-se de uma outra tarde lá na sua infância.
Você fazendo o que gostava. Por mais que você tente ser racional aquela cena te induz a entender aquele momento como a essência da sua vida.

Já uma lembrança de verão traz emoções das quais pareciam mais fortes quando você era jovem.
Lembrando um amor, você respira fundo e acredita que viveu da maneira correta, ou por mais que volte no tempo, iria deixar tudo como foi.

As flores da primavera tentavam te consolar sobre aquela perda.
Não sabe onde, mas um dia você acordou e sua vida não estava mais lá.
Alguém roubou o motivo pelo qual seu organismo lutava por mais e mais sentimentos.

E nesta fria noite de inverno você, sentado ao lado da própria lápide, pensa se foi capaz de apenas viver. Sabe que não sabe se viveu da maneira certa e já se conformou que não há como saber. As preocupações de diversos gêneros que te atacaram quando vivo, hoje só permeiam as faculdades responsáveis pela lembrança.

Você não quer perder toda a sua vida, porque não viveria diferente, porque até onde ainda sabe, a oportunidade foi única.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

10 por cento


Poucas tantas certezas

Primeira:

“Rodeio”

O mais fácil é fazer
sempre a mesma coisa.
Os mesmos hábitos.
Os mesmos pensamentos.
A mesma reflexão.
O mais simples é ir
sempre aos mesmos lugares.
Cometermos os mesmos erros,
aprendermos a mesma lição...
O mais prudente é não mexermos
em time que está ganhando !
O mais coerente
é a rotina enfadonha !
Assim não se atrita
nossa zona de conforto,
nem se arrisca,
nem se sabe se está morto !

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Segunda:

“Informação”

Não precisam me dizer
que o tempo passa...
Me omitam isso.
Escondam os relógios.
Arrebentem as precárias ampulhetas.
Silenciem o tiquetaquear
dos marcadores universais do Tempo.
Calem os cucos.
Destruam os digitais.
Atrasem os vôos...
Acabem com qualquer
associação
ao ato de
cronometrar o tempo !


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Terceira:

“Senhor Dez Por Cento”

Eu não sou nem
dez por cento
do que eu penso !
Eu não sou nem
dez por cento
dos rostos
que me olham na rua...
Eu não sou nem
dez por cento
das minhas idéias
mirabolantes.
Eu não sou nem
dez por cento
da minha total idade.
Eu não passei
nem dez por cento
da minha vida
acordado
e focado
em mim...
Eu não passei
nem dez por cento
de todos os meus
momentos felizes
amando o homem
dos meus sonhos !
Eu não consigo conceber
o que seja dez por cento
de todo esse tempo
em que me propus
a divagar sobre algo !
Porque dez por cento
é conta redonda demais...
padrão demais
praquilo
que não é padrão !
Dez por cento
é gorjeta de garçom,
é “couvert” artístico,
é desconto de Imposto de Renda,
é uma pensão alimentícia
hipotética...
Dez por cento
é o que perdemos
de cabelos
a cada três anos,
estatísticas tolas e imprecisas .
Dez por cento
não é o meu ideal
de uma noite feliz !

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Namorado


Quem não tem namorado
é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil por que namorado de verdade é muito raro.
Necessita de adivinhação, de pele, de saliva,
lágrimas, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil .
Mas namorado é mesmo difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito,
mas ser aquele a quem quer se proteger
e quando se chega ao lado dele a gente treme,
sua frio e quase desmaia, pedindo proteção.
A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira,
basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor,
é quem não sabe o gosto de namorar.
Se você tem três pretendentes , dois paqueras,
um envolvimento e dois amantes,
mesmo assim pode não ter um namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva,
cinema sessão das duas, medo do pai,
sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho,
quem se acaricia sem vontade de virar sorvete
ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade.
Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida,
escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas,
do carinho escondido na hora em que passa o filme,
de flor catada no muro e entregue de repente,
de poesia de Fernando Pessoa,
Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar,
de gargalhadas quando fala junto ou descobre a meia rasgada,
de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia
ou mesmo metrô, nuvem, cavalo alado,
tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado,
fazer sesta abraçado, fazer compras junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor,
nem ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele,
abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e do amado e sai com ela para parques, fliperama,
beira d´agua, show de Milton Nascimento,
bosques enluarados, ruas de sonho ou musical do metrô.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele,
quem não dedica livros, quem não recorta artigos,
quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar,
quem gosta sem curtir, quem curte sem se aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto
de ser lembrado de repente no fim de semana,
de madrugada ou no meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar,
quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações,
quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem não fala sozinho,
não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre
e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos,
ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu
aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar
e de repente começar a fazer sentido."

Horas


Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:

Acho que você está errado, mas estou do seu lado...

Ou alguém que apenas diga:

Sou seu amor! E estou Aqui!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Segredos

Segredos..
Toda a gente tem...uns intimos, uns nem tanto....
Uns até contamos..outros nem pensar!
Gosto de ter segredos... ter a possibilidade de decidir ..o que quero ou não contar, a minha vida, as minhas historias.... as minhas vivências!
Dona da minha vida, dos meus segredos, dos meus sonhoss....
São estas pequenas coisas que seguram a vida.... as coisas intímas...que nos põem um sorriso na cara só de pensarmos nelas....e as vezes queremos partilha-las com os outros..outras vezes queremo-las só para nós...para podermos ser só nós a desfrutar do sorriso que...esses segredos nos proporcionam!
Gosto de ter segredos ... =)

Vago

Meu antes eu escrevi
Para a vida que não era
Minha e nem imaginava ser.
Passaram-se dias e noites
Até eu encontrar
O que é meu na primeira esquina
Que eu percorria todo dia,
Que eu sempre passava,
Às vezes parava.
O meu eu estava no seu sorrir,
Tímido como a mim,
Frente à exposição.
O meu antes vale,
Mas agora nem sei onde está.
Meu antes era você em penumbra
Da minha sombra tardia,
Alma límpida cheia de paz
Que não me exaspera.
E assim amo a mim,
Pois o meu antes agora se tornou meu é.


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Perspectiva


Adoro reticências! As reticências dizem tanto sobre a nossa forma de ser... Elas permitem a livre divagação da fantasia humana, nos dão o sentido da continuação, nos permitem sonhar... O que seria de nós sem a expectativa de continuação? O que faríamos se não pudéssemos imaginar o que vem depois? Não há nada mais angustiante do que me deparar com um ponto final. O final da frase é para mim algo como a morte de uma idéia, a definição crua de uma verdade, a impossibilidade de pensar no depois. Quando me vem um pensamento, quase nunca consigo materializá-lo. Ele viaja a anos luz de minha capacidade de verbalização ou escrita. Pôr um ponto final é, por isso mesmo, sacrificar a riqueza imaginativa de que somos capazes em prol de uma mera coerência textual. As reticências me dão a sensação do absoluto, do infinito possível depois da racionalização, tanto quanto me transmitem o vago, a imprecisão, a incerteza, todos faces da mesma moeda... Flutuar no terreno destes três pontinhos é algo como acompanhar Alice em suas maravilhas, esperar pelo boto na beira do rio, visitar o reino de Oz, buscar o fim do arco-íris, entrar com Maída pela porta da poesia... É a expectativa do “talvez...”, do “e então...” do “quem sabe...”. É a emoção diante do que pode ser, do que já é, mas que ainda não é realmente. Esta é uma mágica sensação que só é possível àqueles que se permitem sonhar, que se extasiam ao contemplar o nada, que não esperam ser compreendidos, e, na verdade, nem querem compreender, àqueles que nunca se cansam de imaginar... e agora, o que será?


(...)

Ain, tô mal, saco cheio, bolachas, coca-cola, Benhê, beijos, noite, insonia, filme, jogos, bolo.
Não sai da minha cabeça mais!!!!
*-*
a.e.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Tecno - logia


Hoje em dia a pizza vem congelada, a roupa lava sozinha, o Mc Donalds entrega em casa, e o filme não precisa mais rebobinar. Ninguém abre a Barsa pra fazer um trabalho, cada um tem seu celular, e é tudo tão cômodo que a gente ate se esqueceu que nem sempre foi assim.

A tecnologia nos deu um mundo novo: mais rápido, mais fácil e, antes de mais nada, passageiro. O hotmail rasga automaticamente as minhas cartas, as fotos somem sempre que o computador estraga, todo mês a Tim lança quatro ou cinco modelos diferentes de celulares. Estranho? Claro que não. Já estamos tão acostumados que mal percebemos a insolidez e instantaniedade das coisas.

E não é à toa. Nos vestimos assim, comemos assim, e o mais triste: nossos relacionamentos também são assim. A minha geração inventou o "ficar" e admite tranqüilamente sexo sem compromisso. Diferente da minha mãe, eu não preciso namorar pra beijar na boca, nem casar pra deixar de ser virgem e, se ao 17 eu me sentia em vantagem, hoje, alguns anos depois, eu começo a admirar aqueles tempos.
Para onde foi o romantismo, o amor verdadeiro, as flores, as declarações? O que aconteceu com a intimidade, com o respeito e a confiança? Será que ninguém mais acredita na felicidade calma das terças feiras chuvosas, na alegria constante de se querer quem se tem?

O consumismo nos induz a um estado de insatisfação permanente, que aplaude o digital e o descartável e abomina tudo o que é eterno e trabalhoso. Talvez seja por isso que a idéia de amar assuste tanto: a concepção de um sentimento duradouro e complicado contraria os valores vigentes, tornando-nos confusos e vulneráveis. É fácil conquistar uma menina por uma noite, é fácil ser atraído por um decote, difícil é querer estar com ela o tempo todo, difícil é não ter medo de ser feliz!

Eu posso parecer atrasada e até meio cafona, simplesmente não tenho outra opção.

Enquanto a internet não disponibiliza uma versão melhor, eu fico com esse meu coração de sempre, que já não acredita em romances express, nem se contenta com amostras grátis de amor.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ei..


Posso ficar na sua casa hoje?

Abra a porta e me receba de braços abertos. Talvez seja essa a minha maior carência: um abraço. Sem obrigação ou frieza. Cheio de ternura e acolhida. Como deveria ser sempre.

Não, não digas nada. Palavras hoje são dispensáveis. Vamos relembrar aquele tempo em que bastava um olhar para que tudo fosse compreendido. Não é saudosismo, nem a ilusão de que ontem foi melhor que o presente. Falo da sabedoria quem vem com o tempo e que nos ensina que todo momento deve ser apreciado. Pegar o que houve de melhor, aprender com o que doeu e seguir. Em frente, ao lado, em cima embaixo. Pouco importa.

Despojaremos no colchão no chão. Aquele que apesar de velho continua confortável. As almofadas amarelas que por várias vezes caíram quando resolvíamos pôr ordem em casa. Mas hoje só as almofadas. Esqueça a ordem. Me traga pijamas e porcarias pra comer.

Vamos assistir à comédias, dramas, aventura. Chorar e rir. Extremos da terapia alternativa que é a sétima arte. Um brinde à catarse!

A essa altura nem preciso dizer que os telefones estarão desligados. Por que é tão fácil se conectar e não se ligar a ninguém? Hoje, interações pessoais só as face-a-face. Você e eu.

Se acaso tiver um daqueles compromissos inadiáveis, não se preocupe. Deixe a porta aberta. Ao voltar eu estarei à sua espera.

Vitrola: Ray LaMonatagne – Be here Now

Quando ??


- Posso fazer uma pergunta?
- Claro.
- Quando é que você se apaixonou por mim?
- Naquele dia em que você disse que lia até bula de remédios. Adoro mulher que lê.

Inquieto


Já me sentei e levantei várias vezes.
Busquei os lenços de papel. Peguei uma bebida. Respondi as mensagens de celular. Olhei as louças sujas, mas decidir não lavá-las. Só agora comecei a escrever. Sinto muito. Preciso levantar novamente. (...)

(...) Olhei mais uma vez o celular. Respondi mais mensagens. Fui ao quarto pegar casaco. Ajeitei um pano. Coloquei uma música e não gostei. Voltei a escrever. Tomo um gole da bebida. E mais outro. E não me entorpeço. Continuo procurando uma canção. Que seja capaz de me inspirar e acalentar essa ansiedade toda. E não encontro.

Apago a luz e fico a espera de uma idéia. Até que depois de outro gole ouço na vitrola um jazz. “Dance me to the End of Love”. Me imaginei nos anos 30 como algum personagem de um escritor americano, bebendo um vinho barato, em frente a máquina de escrever prestes a criar o melhor texto de sua vida. Capaz de pagar suas dívidas e trazer consigo um grande amor. Nada mais marginal que isso, nem nada mais solitário.

E cá estou eu. Sem grandes pretensões quanto a essa produção. A bebida também está aqui. Mas não é um vinho barato. E a minha “máquina de escrever”, reluzente na sala escura, libera a trilha que só eu sou capaz de ouvir.

Quem seria capaz de escrever um personagem como eu? Tão cheia de ângulos? O avesso do avesso? Tão inquieto quanto eu.

Totalitária


Hoje acordei meio totalitária

Não quero saber de meio ambiente, nem de paz no mundo

Não quero pagar a dívida externa, nem falar de democracia


Hoje acordei meio totalitária

Não quero respostas, nem surpresas

Não quero perguntas, nem imperativos



Hoje acordei meio totalitária.

Não quero palavras, nem ponto-e-vírgula

Não quero opiniões, nem inferências


Hoje acordei meio totalitária.

Não quero previsão do tempo, nem café com torradas

Não quero almoço, nem esperar pela sobremesa


Hoje acordei meio totalitária.

Não quero andar a passos largos, nem pedir carona

Não quero dividir, nem somar


Hoje acordei meio totalitária

Tudo que eu preciso é dormir e acordar novamente...



"E se me achar esquisita, me respeite também.

Até eu fui obrigada a me respeitar" Clarice Lispector

quarta-feira, 20 de maio de 2009

28


28 de maio.
Era uma quarta-feira.
Nasci mais ou menos nesse horário que escrevo. (Sinal de madrugadas em claro?)
O signo gêmeos, o ascendente Cancer e a lua em escorpião. (Mística?)
Nasci para o movimento. (Preguiça, também há?)
Nômade.(O melhor lugar é o que está porvir?)
Quer amar. (Mas sabe como?)
Ressurgir das cinzas. (Renascer é nascer de novo?)
Contradição. (Toda unanimidade é burra? Todo sim precisa do não?)
Cabeça nas nuvens. Coração aflito. (E os pés, no chão?)
Em crise de ceticismo. (Ver para crer?)
Alma em construção. (De barro, aço ou coração?)

Manias


Preciso seriamente encontrar um psicólogo q me diagnostique o TOC. É claro que, estou tentando induzir a “Flor-de-Liz”, mas, toda vez que chego lá, ela me desconstrói tanto que esqueço tudo o que tinha pensado e me vejo cada vez mais desconhecedora dos meus segredos. Voltando a minha auto-análise, (abrindo um parêntese: já me disseram que ao invés de pagar um terapeuta eu deveria usar o dinheiro numa faculdade de psicologia porque corro sempre dois riscos. O primeiro é de não acreditar no que eles me dizem [vê-de o assunto desse post]. O segundo é porque, num determinado momento, vou acabar trocando de lugar com a tal figura e vou analisá-la) sou uma pessoa cheia de manias. Como essa por exemplo, de querer abrir um parênteses nas explicações. Como se eu não pudesse incluir esse discurso no texto corrente e desconexo que ando escrevendo e nas conversas surreais que ando tendo. Mas o universo de manias de nossa ilustre “Reticências” é mais extensão, pois então. Vamos lá:

* ando com uma mania muito chata. De entrar naquela página pra ver se foi atualizada, várias vezes por dia, vários dias na semana...
* tenho pego aquele cartão e retirado quantias que não devo...
* tenho empurrado com a barriga os problemas mais urgentes...
* tenho usado muitas reticências...
* tenho anotado muitas músicas, discos, livros, filmes e shows que devo ouvir, ler e assistir um dia...
* tenho sugerido muitas músicas, discos, livros, filmes e shows e tenho caído no politicamente intelectual e correto, o que eu odeio...
* tenho mania de dizer que odeio o políticamente correto o tempo todo...
* tenho usado essa blusa lilás e esse casaco preto pelo menos uma vez por semana...
* gostaria de ter hieraquizado essa lista, mas a desordem venceu a rigidez...
* tenho entrado no you tube...
* como sucrilhos sem leite, faço gororeba com mucilon...
* chupo limão com sal (para os curiosos, tem que ser aquele limão rosa – que eu não sei porque se chama assim, já que mais parece uma laranja – mas, enfim, eu também não gosto muito do meu nome)
* tenho acreditado em horóscopo, principalmente quando ele diz que as coisas não vão bem...
* tenho lido muito de uma vez, ao mesmo tempo que não leio nada...
* adorei a idéia de lista, vou tentar fazer isso mais vezes...
* estou mais viciada em House do que Lost. Acredito seriamente que posso ser a versão feminina do médico protagonista, tirando a barba, a bengala e a motoca turbinada.Talvez quando o Rodrigo Santoro entrar eu até o troque pelo Hugh Laurie rs.
* escrevo rs, e pra mim, significa um riso sincero. Odeio esse hauhauahuahua, axim, e qualquer pegação fofuxa no msn, e-mail, orkut etc...
* hj odeio o orkut, mas não consigo deixar de me sentir bem qdo vejo como uns babacas estão hj...
* tento escrever bem mas sinceramente escrevo uma porcaria...
* deve ser porque no fundo escrevo pra mim e não pros outros...
* mudo de caminho toda semana, exceto é claro, quando operários nojentos começam a pegar no meu pé qdo eu passo, ódio!
* mania de questionar...
* mania de dizer que já sabia...
* mania da dúvida: ou isto ou aquilo? I don’t know...
* mania de não saber quando parar...
* mania de chegar onde quero...

Falando nisso, por hoje chega!

Quando


Quando você está num beco sem saída
Quando já não há explicações a serem ditas
Quando a vida fica mais amarga e sombria
Quando a verdade provoca grandes feridas

Quando a omissão passa a ser seu aliado
Quando o medo te mantém acordado
Quando o tempo passa e você se desespera
Quando o dia traz o seu pior castigo
Quando o que você precisa está além de um ombro amigo

Quando tudo o que você deseja é um rápido efeito
Quando tudo que resta é um retrato em branco e preto

Eu tenho medo e não sei o que fazer
Eu preciso tentar resolver
Esses problemas que me consomem
Onde está a coragem?
A caixa está aberta...

Segunda feira tensa. Quando os seus fantasmas decidem fazer uma visita. O recado está dado. Mas o que eu faço? Tento pensar em alguma alternativa, mas tudo parece muito distante. Caixa de Pandora.

Hoje é dia do protesto. Protesto contra mim. Contra minhas maiores fraquezas. Contra meus piores pesadelos.

Preciso pensar em algo. As idéias desapareceram. Foram fazer companhia para aqueles sentimentos que ainda estão escondidos aqui dentro. Alguém me ajuda a procurar?

Dias atrás queria mandar tudo pro espaço. Acho melhor reformular. Tudo continua e eu vou pro espaço. Plutão é uma boa. Estão pensando até em destituí-lo de planeta. Aii eu poderia curtir numa boa. No escurinho gelado de uma galáxia distante.

Tempo


Sem delongas...
Perdida em meus pensamentos...
Trabalho feito com prazer...
Conversa gostosa madrugada afora...
Música e poesia...
1 hora para um encontro...
800 motivos para arrancar os cabelos...
1983 anos para entender a vida...
A eternidade para amar...
Trabalho a fazer

Frase: De médico e louco, todo mundo tem um pouco. Cada um com suas proporções rs

Foi


Foi infinito enquanto durou. Ainda bem que acabou cedo.
Pense bem. Como eu seria feliz se a minha vida fosse em função da sua?
Como é que você me amaria quando aquela que estaria ao seu lado fosse apenas um produto fabricado por você?

Sinto muito. Não posso ser o que você deseja.
Posso ser eu. De mau-humor de vez em quando. Despenteada. Quase surda de tanto ouvir música. Que dança pelos cantos...

Que acredita verdadeiramente que o que importa é o conteúdo. Que pode ser feliz sem alguém que complete. Porque somos completos com nossas imperfeições. E porque não temos o controle sobre ninguém.

Que pode te fazer feliz. Mas sem exigir nada em troca.

Queria


Eu queria ter a resposta para todas as suas perguntas.
Queria satisfazer os seus desejos mais secretos.
Queria ser o real de uma imagem que você sempre idealizou.
Queria ser tua companhia nessa caminhada. E cortar os espinhos para que você seguisse ao meu lado.
Queria ser ternura e amor. A brisa suave que cai sobre a sua noite.
Queria ouvir o barulho das ondas, nadar na água gelada.
Queria surfar com você.
Queria que viajássemos sem rumo certo.
Queria te fazer sorrir, e secar suas lágrimas com o coração apertado.
Queria cozinhar pra você. Apresentar-te um mundo de sabores.
Queria te convidar pra dançar. E ouvir música noite afora.
Queria te mostrar muitos livros. E assistir muitos filmes contigo.
Queria ouvir histórias das suas andanças. E partilhar as minhas.
Queria tua mão para me manter firme e o teu peito para afugentar meus medos.
Queria noites, tardes e dias de amor...
Queria ser feliz ao teu lado.
Queria te amar e ser correspondida.
Pena...

Ou


Ou eu fico em casa, sob o edredom e a sala escura;
Ou eu saio pra rua e me aqueço sob o sol

Ou eu desmarco o compromisso e passo para outro dia, talvez, quem sabe;
Ou pego o telefone e ligo confirmando a minha presença.

Ou eu me calo, achando que tudo o que eu tinha pra dizer não tinha importância;
Ou eu grito, para todos me ouvirem.

Ou eu me levanto agora e aproveito o espaço;
Ou eu me sento. Até amanhã. E depois, e depois, e depois.

Bloqueio


Use – Ouse – Puxe – Pule – Durma – Fale – Cale – Dance – Coma – Leia – Veja – Cheire – Transe – Semeie – Deseje – Ame – Seja – Feliz – Sempre!

Como é triste ter a mente bloqueada.
Não queria ter momentos inspiradores o tempo todo. Só naqueles em que eu preciso, como agora.
Tem gente que conta carneiros pra dormir. Será que tem um método parecido pra “brotar” idéias? Oh vida, tinha tanta coisa pra eu escolher na ... Porque fui logo por esse caminho?
Final da 2ª temporada de House. :-(
Perto do começo da 3ª temporada de Lost. :-)
Fazendo hora pra preparar o resumo do pré-projeto...
Comendo chocolate...
Incomodada com o cabelo...
Tempo nublado, nada de eclipse...

Primavera


Ela pega o telefone sem-fio e corre pra área dos fundos.
- Oi amor!
E aquela vozinha que só os melosos conseguem fazer.
Faz questão de comentar o dia bonito e ensolarado. E que, felizmente, o temporal que caiu ontem agora é só uma poça no chão. Diz que ele pode sair com os amigos porque ele merece. E que o trabalho está tranqüilo. Está com saudades. E insiste em dizer que o ama muito...

Eu fui testemunha dessa ação. Faz poucos minutos. Ela não fez isso pra aparecer. Tudo foi discreto, como ela é. Mas eu estava no lugar errado, na hora...

... na hora certa. Queria algo para representar a primavera que chega. E existe coisa mais gostosa do que dizer a alguém que o ama, num dia bonito desses, com pássaros cantando e tudo? E o melhor, do outro lado da linha um conforto para amenizar a distância?

O que? Eu escrevi isso? Putz, que romântico. Estou me superando!*rs

Eles farão um ano de casado em outubro, dia 21. Casamento tradicional, com direito a igreja, vestido de noiva, lua-de-mel... Coisa rara de se ver.Não fui porque não acredito nesse tipo de ritual. Nem por isso desrespeito.

Não se uniram por interesse, porque ela estava grávida, por pressões.Ela alta, ele baixo. Ela dirige, ele não. Ela mulata, ele loiro. Foi por amor. Casaram porque acharam que era a hora. Não que alguma das situações citadas seja um impedimento pra uma vida a dois. Até porque deve ser bem assustador ouvir “até que a morte os separe”. Pior do que “viveram felizes para sempre” porque esse a gente já sabe que é uma furada.

Isso tudo soaria piegas. Mas nesse momento me soou poético. Mesmo que eu pegue o telefone e não tenha ninguém para ligar hoje...

Então Lu, quando me pedirem uma descrição sobre a primavera vou dizer que me lembro de você. Obrigada por me oferecer esse seu momento.

Música: Peter, Bjor and John – Young Folks - acho que eu já citei essa (como anda esquecida essa menina!) mas ela é super apropriada para a cena acima. Disponível nos you tubes e compartilhadores da vida...

Frase: É primavera, te amo!!! *rs. Já fui romântica o suficiente por hoje. Precisava de uma dessas.

Moço


A primeira vez que te vi, estava perdida na minha solidão. Procurando razões para seguir em frente.

Seus olhos mostravam toda sua atenção em me ouvir, em me ajudar.

Nossas mãos se encontraram por um momento. O suficiente para saber que algo estava acontecendo comigo.

As conversas despretensiosas me fizeram companhia naqueles dias em que não havia mais ninguém.

Mas o que eu fiz? Por que fugi de você? Por que não te olho mais nos olhos, por que saio sempre que se aproxima? Medo de não ser retribuída? Covardia em não assumir os sentimentos?

Cada vez que ouço seus passos, fecho os olhos para desfrutar da sua rápida presença.
E a sua voz? Um sotaque gostoso, quase infantil. Sua paciência. Seus segredos.O corpo, o cabelo, as mãos, os lábios... Talvez um abraço, um beijo, podemos?

Cada dia penso em você e penso um pouco mais, sempre mais. O que me resta agora? Lembrar do “se”. Aquilo que poderia ter sido mas não foi. Tudo bem, sentir a sua presença todos os dias já me acalenta o coração.

Eu preciso de você. Talvez não dê mais.

Te desejo. Mas se não ao meu lado, quero que encontre o amor ao lado de quem pode te fazer feliz.

Mesmo assim, te espero.

Vem!
Nasceu no Paraná. Mas poderia ter sido em qualquer um dos 20 estados, incluindo o Distrito Federal.

Do signo de gêmeos com ascendente em câncer. No chinês, Dragão.
Mais um ano completo à 1:30 da madrugada desse sábado, 28 de maio. 21 com carinha de 18. Mentira. Ou seria 14? *rs


Gosta de cabelo comprido. Mas gosta de cortá-los bastante. Atualmente ele está no meio das costas. Já foi castanho claro, escuro, cinza. A cor de hoje é uma dúvida. Loiro, só Deus sabe o tom.
Cabeluda. Gostaria de menos cabelo e que eles fossem mais cacheados.

Cinéfila compulsiva. Nos últimos dias se encantou com um filme espanhol (O Terno) e se surpreendeu com um americano (O Diabo Veste Prada). Pretende comprar uma 16mm para brincar de cineasta.

Faz terapia.

Entrou no orkut quando os brasileiros nem entravam nas estatísticas. Saiu dele quando percebeu que havia mais vigilantes que amigos.

Adora msn. Mas já decidiu tirar umas férias dos comunicadores. É viciada em mensagens sms.

A mania da vez é entrar no Pandora. Tem seis rádios. Uma para cada dia de trabalho.
Algumas pessoas se intimidam com sua presença. Outras se sentem amparadas. Param e contam suas histórias. Sabem que ela pode não estar entendendo tudo o que é dito. Mas nem por isso deixa de manter a atenção.

Tem gastrite nervosa.

A avó paterna é a sua maior idala, nunca pára. Já fez musica, livro, quadros, artesanatos, sabonetes, cremes, bordado, e hoje faz chapéu. Tinha uma certa inclanação ao Partido Comunista. Depois votou no Ulisses Guimarães.

Tem paixão por cerveja. Mas tomou vinho sem grilos quando encontrou com a galera na Argentina. E tomou de novo fazendo companhia pro namorado.

Tem amigos. Muitos que não vê há anos e nem por isso, deixa de saber o que acontece com eles. Por conta da amizade, mantém QG’s em vários cantos do mundo.

Participou de um treinamento na Folha de São Paulo.

Ganhou uma bolsa pra estudar na Faculdade. Mas talvez mude para Londres ou Nova York. Ou fique pelo Brasil.

TPM não se resume a uma sigla. Sinal de perigo a vista.

Já teve a oportunidade de entrevistar muitos dos seus ídolos. E de ficar amiga de alguns deles. Mas a lista é grande, falta muito...

A família também é grande. Mas considera os mais importantes aqueles que vivem com ela.
A irmã faz ensino médio. E companhia em todos os dias.

Não tem comida e perfumes preferidos. Até porque não usa perfume. Gosta do cheiro de canela.

A mãe e o pai? São os melhores que nós temos, como diz sua irmã.

Gosta de fotografia. Mas não de ser fotografada.

E de ouvir histórias, apesar de conta-las muito mal.

Não consegue mentir. Gostou, gostou, não contou, sinto muito. Diz ter um faro para falsidades. Parece que realmente funciona.

Quer fazer tatuagens. Estrelinhas no ombro e uma frase nas costas. Pretende fazer logo.
Não teve muitos namorados. Tem relacionamentos.

Adora fazer compras pela internet.

Daí dá para perceber o quanto gosta de uma preguiça.

Adora esportes. Por conta da insônia virou correspondente esportiva da escola nas olimpíadas de Sidney.

Não tem mais horas vagas.

Não revelou se é feliz.

De vez em quando fala em terceira pessoa...

O grito


Acordou com um grito. Pensou que fosse sonho e tentou voltar a dormir. Mas não conseguiu. Tentou entender o que havia acontecido e explicar àqueles que o ouviram. Foi em vão. O que lhe vinha à mente eram flashs sem sentido, impossível de se fazer qualquer associação.

Ainda assim, sentiu-se diferente. Resolveu fazer algo que normalmente não faria. E companhia àquela pessoa que apesar de recusar ajuda, precisava de atenção.

No dia seguinte, continuou percebendo as diferenças. Desistiu de procurar uma resposta para o ocorrido. Viveu e conviveu. Os dois são diferentes. Quando se vive, simplesmene existe, como uma planta ou um protozoário. Conviver é viver com. Saber que além de você existe outras formas de vida. E mais: interagir com elas sejam plantas, pessoas ou protozoários. O ideal é manter distância de plantas, pessoas, protozoários e outros animais nocivos. Esses são prejudiciais à saúde.Deu um abraço em um amigo que não via há tempos. Insistiu em se mostrar presente ao amigo em crise. Até tomou sorvete no fim da tarde com outro amigo.

Ele gostou dessas mudanças. Ficou bastante feliz. Conseguiu passar seu dia sem maiores preocupações, sem pensar no amanhã, vivendo o clichê de um dia de cada vez. Foi dormir.

Não houve gritos. Dessa vez o pesadelo foi bem nítido e não saiu da sua cabeça. Levantou um pouco decepcionado. Não dava para viver assim pra sempre, só de brisa e amigos.

O que nosso amigo não sabia é que depois daquele grito sua vida não seria mais a mesma. Lavou o rosto, trocou de roupa e saiu de casa. Simplista? E a novidade? Calçou o sapato que não vestia há tempos. E aquela calça que ganhou da namorada que não usava desde que terminaram. Até passou gel no cabelo.

Quando chegou ao escritório recebeu dois avisos. Um bom e um ruim. “Qual escolher?” Não teve chance, foram descobertos ao mesmo tempo. Ganhara um presente. Mas precisava fazer uma ligação nada agradável. “Eu não mereço isso?” É a vida mostrando que é assim que ela segue e que é assim que deve ser encarada: de frente. “Medo já chegam os de injeção, lagartixa e palhaço”, pensou.

Fazia duas horas que estava lá, em meio a protocolos e petições. Cotidiano? Em meio a uma enxurrada de e-mails burocráticos, descobre um convite. Programaço para o feriado. Convida um amigo que declina o passeio. Pensa um pouco e decide ir. Precisa começar a caminhar com as próprias pernas. Sorri com a idéia. Em poucos minutos volta a tensão habitual. E eis que um colega do trabalho (que ainda não é amigo) lhe faz um agrado. E ele sorri de novo. Depois que o colega (que estava se tornando amigo) sai da sai da sala ele ri mais um pouco. Agora é de si. E da sua ingenuidade em não observar as nuances do seu dia. Nem 8 nem 80. Chocolate meio amargo em bolo docinho. Estão ali, dividindo o mesmo espaço e proporcionando boas surpresas.

Esse conto/crônica é para todos que visitam o nosso blog. Para quem apenas lê, para os que comentam, para os que se perderam, para os que me encontraram. Digo nosso porque palavra é semente que podemos plantar em muitos corações. Que bom saber que aquilo que eu escrevo sirve de alento, distração, informação ou alienação para alguém. A todos vocês, muito obrigada.

Se




Se todos os dias fossem sempre iguais?
Se todos os seus amigos se chamassem João?
Se sua fruta predileta fosse limão?
Se ao invés de à frente, andássemos para trás?

Se o seu cabelo fosse cor de abacate?
E a sua pele escamosa?
Se tivesse o dobro da tua atual idade?
E de anônima se transformasse em famosa?

Se a montanha virasse mar?
Se o mar se tornasse vazio?
Se a chuva não parar de desaguar?
Se a avenida se transformar em rio?

Se a estrada não indicar onde ela dá?
Se os caminhos se mostarem dividos?
Se os que vem atrás não puderem esperar?
Se o acaso resolver manter sigilo?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Sorte


Alguns seres têm mais sorte que outros... ***************************************************** Descobri que não gosto de casas excessivamente organizadas. Lembram museus. Eu me sentiria um vaso chinês da Dinastia Ming se vivesse numa casa assim. Para quem me conhece: dentro do meu caos, há ordem. Aliás, dentro de qualquer caos há. ***************************************************** Tenho tido lapsos de memória... falta fósforo? O que falta? ***************************************************** Tenho uma pergunta: se você fosse flor, onde gostaria de viver? ***************************************************** Esqueci metade do que queria escrever. A isso me refiro quando menciono meus lapsos. Talvez seja falta de alguma vitamina. Ah! Falta-me a "vitamina A". A de... amor.

Brecht



"Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam
muitos dias; e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam anos; e são
melhores ainda; Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os
imprescindíveis." (Brecht)

será?!

a“Eu odeio pêssego!” ela dizia.
Mas o que a matou foi o suco de melancia.

(Isso será o começo de alguma coisa. Ainda não sei bem o que é...)

acontece



Prometi dedicar minha manhã a postar algo, visitar alguns cantinhos e ler os jornais. Não necessariamente nessa mesma ordem. E por isso, acabei indo parar no New York Times. Todo domingo ele conta com histórias muito interessantes, sobre gente comum, como nós. E como somos parecidos!


A de hoje era profundamente atrativa pelo título, que tomei emprestado para esse post. Não resisti. E antes de dizer o motivo da minha ausência, de visitar os blogs, tive que ler o que Margaret Meehan tinha a me contar. Seu texto segue abaixo. Grande como são os artigos do NWT. Mas vale a pena.

Aos 23 anos, eu tinha me apaixonado por cigarros, suflê de chocolate, meu gato e (pela TV) James Franco em "Freaks and Geeks". Mas ainda não tinha experimentado um verdadeiro romance humano.Depois de passar meus anos de colégio nas laterais do amor, eu naturalmente desprezava qualquer um que estivesse dentro do jogo. Então cheguei a Nova York dois anos atrás como uma anti-romântica hipócrita que zombava das idealistas de olhar brilhante, considerava o sexo um ato impensado entre dois imbecis e tinha pena das mulheres que perdiam sua identidade e sua independência ao mergulhar naquele vazio insignificante chamado "amor".

Se o Trem do Amor um dia parasse na minha estação, eu pretendia caçoar dos idiotas a bordo, acenando da minha plataforma de solteira auto-suficiente enquanto eles se afastariam e se tornariam um borrão de sentimentalismo no horizonte.

Mas então aconteceu. Numa noite de quinta-feira, enquanto eu entornava vodcas-sodas num bar do East Village, o Trem do Amor achou o caminho do meu coração de gárgula irritada. Freou junto à minha banqueta com um chiado, e ele desceu. Para minha surpresa, eu não apenas o recebi de braços abertos e com uma admiração apaixonada, como passei a sacrificar todo o meu orgulho, amor-próprio e moralidade durante nosso relacionamento de um ano. Tudo em nome do que eu mais detestava: amor!

Ele era absurdamente bonito, quase alienígena com seus lábios grossos, olhos azuis e pele morena. E como naquela virada improvável em todo filme de Molly Ringwald ele se aproximou de mim, uma antissocial. Fiquei cativada e caí presa daquela outra idéia repulsiva reservada aos idiotas: amor à primeira vista. Conversamos sobre Hemingway e Henry Miller, e então nos beijamos apaixonadamente. Depois que ele bateu com a garrafa de cerveja no balcão e declarou "Você vai ser minha namorada!", trocamos telefones.

Nos meses seguintes, sem a permissão de minha lógica ou o bom julgamento do meu intelecto, fiquei enlouquecida por esse músico medíocre mas encantador. Passávamos a noite toda acordados escutando Billie Holiday e Sam Cooke, andamos de mãos dadas a ponto de sentir cãibras pelo parque de Tompkins Square e admirávamos de modo nauseante cada movimento do outro.

Ele rabiscou poemas proclamando sua adoração por meu cabelo, e até por meus dentes, em vários objetos do meu quarto: o retrato de Patti Smith, o manual do meu DVD, uma garrafa de vinho vazia. Tentamos assistir "Antes do Amanhecer" várias vezes, mas sempre tínhamos de parar no meio do discurso meloso de Ethan Hawke, como se estivéssemos ansiosos demais para trocar nossas próprias histórias de traumas de infância, segredos de família e as dores de nossas existências.

Ele gravou canções sobre cavalos e poças de lama em um tom country choroso num gravador barato e me deu as fitas como gestos de amor. Eu as escutava sozinha, ignorando a culpa pelo meu passado de insensibilidade e arrulhando como uma pombinha idiota. Agora sentia-me próxima dos românticos franceses do final do século 19. Tinha passado de uma teimosa Holden Caulfield para uma inebriada Baudelaire.

Quando nos conhecemos, ele dormia num colchão de ar no chão da cozinha do apartamento de seu colega de banda, com a intenção de um dia alugar um apartamento. Depois que ele dormiu em minha casa na primeira noite, mudou-se para meu apartamento sem perguntar, e sem eu realmente perceber. Logo senti falta da minha solidão, do conteúdo da minha geladeira e do dinheiro que eu periodicamente lhe emprestava (ele raramente tinha o suficiente para a passagem do metrô). Mas permiti que ele alimentasse seus vícios em minha casa e com meus recursos, desde que me deixasse alimentar o meu vício: ele.

Mas eu conservava sensatez suficiente para forçá-lo (mas não demais) a procurar um lugar para ele. E foi nessa época, em um passeio à tarde pela minha região do Brooklyn, que ele e eu passamos pelo dilapidado Greenpoint Hotel. Parecia bastante inócuo, não muito distante do rio East.Mas então encontramos uma reportagem de um jornal online afirmando que era um dos estabelecimentos com quartos de solteiro mais usados por prostitutas e viciados em Nova York. E ele decidiu que por US$ 100 por semana o lugar era imbatível. Talvez ele acreditasse que poderia viver seu Kerouac reprimido —o artista torturado juntando-se a um bando de vagabundos depravados para alimentar a produtividade artística.

Minhas reservas aumentaram. Eu não conseguia mais suportar suas excentricidades com humor, dizendo a mim mesma "Ele é tão livre!" ou "É bacana como ele despreza as normas sociais". Mas ainda assim decidi reprimi-las, jogando meus padrões pela janela junto com meu cinismo. O amor provara que eu estava errada: era real e estava lá, suplicando-me para apaziguá-lo por mais deploráveis que fossem as circunstâncias.

Pouco depois de ele mudar para o Greenpoint Hotel, tivemos uma discussão acalorada diante de um bar em Manhattan onde eu tinha comemorado meu 24º aniversário. Para ele, a humilhação de não ter dinheiro suficiente para me pagar uma cerveja superou sua obrigação de ficar e cantar "Parabéns" para mim. Quando ele terminou a única cerveja que podia pagar, saí com ele, chateada porque ele ia embora, mas tentando não ser dramática.

Quando ele acendeu um cigarro, eu disse calmamente: "Estou decepcionada porque você vai embora". E ele respondeu: "Então agora você quer me fazer sentir culpado?" E lá se foi.

Na minha mente saqueada pelo amor, aquela criatura maravilhosa não era apenas meu namorado, mas a própria personificação do amor; a abstração antes intangível havia se tornado uma entidade viva e respirante na qual eu podia encostar meu rosto e envolver meus braços. E eu não ia deixá-lo fugir, ainda mais no meu aniversário.

Então fiz o que qualquer romântica autodestrutiva faria: corri atrás dele. Em plena Avenue A, de vestido de lantejoulas e sapato de salto, correndo como um animal faminto. E quando meus saltos alcançaram as botas marrons do Amor, eu pretendia subjugá-lo. Mas errei e em vez disso me tornei uma bola de raiva enlouquecida, chutando e gritando na noite enquanto ele se afastava cada vez mais —meu idiota, meu namorado, meu amor.

Depois da minha explosão ele parou de se comunicar comigo, um gesto que só aumentou minha paixão. Pela primeira vez na vida eu senti a dor esmagadora do coração; era como se meus órgãos internos estivessem inchados e pressionassem minhas costelas.

Minhas dores comuns pareciam totalmente originais para mim, quase revolucionárias. Passei uma semana inteira (ou foi o que pareceu) agachada nas esquinas das ruas com as palmas das mãos voltadas para o céu, pensando coisas novas como "Ninguém jamais entenderá" e "Esta é a primeira vez na história que uma dor semelhante é sentida por um ser humano".

Em tempos mais felizes, ele havia tocado para mim a canção "Damaged" do Primal Scream, dizendo: "Esta canção me faz amá-la tanto que eu quero morrer".

Então eu cantei a letra em sua caixa postal: "Doces dias de verão quando eu me sentia tão bem, só eu e você, garota, que tempo maravilhoso. Oh, sim, eu me sentia tão feliz, minha, minha, minha", com o "minha, minha, minha" final rouco, quase um grito silencioso, para fazê-lo ter ainda mais pena de mim. Então liguei mais 17 vezes, a cada vez adorando ouvir sua voz gravada.

Eu tinha uma última opção: ir até o Greenpoint Hotel. Depois daquela noite terrível de ligações incessantes, acordei às 8h banhada em suor, em um pânico amoroso. Saí do apartamento e fui na minha bicicleta até a porta do cortiço.

Ele tinha me mostrado seu minúsculo apartamento uma semana antes (sob a condição de que, para minha própria segurança, eu me escondesse embaixo de um capuz e ficasse ao lado dele), e me lembrei do andar e do número do quarto. Entrei hesitante nos corredores turquesa malcheirosos e percorri um labirinto de corredores, passando por homens mal-encarados e rapazes bebendo cerveja.

Prendi a respiração para evitar o fedor de água sanitária e urina enquanto subia os três andares de escadas cheias de papéis de comida, latas de cerveja, sacos de droga e gatos sem dono. Cheguei até a porta dele, na qual havia a seguinte mensagem, escrita em marcador preto: "Por favor não bata forte, sou cardíaco" (palavras aparentemente escritas pelo último inquilino, um velho que realmente morreu na mesma cama em que meu namorado dormia hoje). Sim, eu estava prestes a suplicar o amor de um homem que dormia na cama de um morto em um quarto de 2,5 x 2,5 metros, de aluguel semanal.

Levantei o punho trêmulo até a porta e bati suavemente três vezes, depois mais alto e mais forte, até que estava esmurrando como uma louca. Finalmente desisti e despenquei junto à porta em um monte de soluços.

Então lá estava eu, uma garota com educação universitária e um currículo brilhante, uma família amorosa e todas as outras características incômodas de uma vida maravilhosa, tremendo no chão manchado de urina de um cortiço. E eu fazia tamanha cena que o inquilino do lado, um homem enorme de shorts rasgados, saiu de seu covil, apontou um dedo acusador para mim e gritou: "Garota, você precisa arrumar a sua cabeça".

Eu lentamente me recompus e me arrastei para fora do prédio.

E então meu namorado voltou para mim! Por um mês. E aí anunciou que ia me deixar por outra mulher.

Eu me agarrei a ele e solucei, ensopando sua camiseta branca com minhas lágrimas, batendo meus punhos em seu peito, suplicando a ele e aos deuses que nos permitissem ficar juntos. Mas de repente parei de chorar e gritei, quase confusa: "Espere. Quem quer realmente namorar você?"

Meu momento de clareza finalmente havia chegado. O que eu estava fazendo?

Alguém poderia pensar que essa experiência me deixaria amarga para o amor e traria de volta, como vingança, minha hostilidade ao romance. Mas não. Pelo contrário, e mais uma vez negando a razão, ainda o quero muito. Ou, mais precisamente, quero aquela sensação que tudo consome.

Sim, sou eu. Antes totalmente cínica em relação ao amor, hoje sou prisioneira dele, ou melhor, uma passageira, tendo encontrado um lugar muito confortável no Trem do Amor, lotado com outros tolos patéticos e soluçantes e prestes a partir para destinos condenados, perturbados e talvez até insalubres —onde o coração manda e a mente obedece.


E a manhã está indo embora. Também preciso ir. Volto logo, o mais breve possível.


Bisous


Musica: Secos e Molhados - Amor