terça-feira, 6 de julho de 2010

Amantes


Delicadeza, querida, delicadeza. Você confunde as coisas e acha que me refiro a fraquezas de todo tipo. Eu senti saudades, mas tive medo: um medo danado de voltar. A sua casa é tão bem feita, tão sutil, a sua casa não é rubra como você. Há um tapete de boas-vindas na entrada. Eu piso nas boas-vindas, sempre. Sempre sei que o encontro será devastador: sei que você, invariavelmente, morde. Para depois acariciar. E depois cantar aquelas suas melodias bonitas que me fazem entardecer. Eu entardeço em você: ouço, suavizo, admiro. Eu contemplo por amor: contemplo o seu espetáculo. Você diz que a tarde come seus miolos. Conta que a noite é fúria. Você inventa animalidade para todo inanimado que, surpreendentemente, aí respira. Todas as vezes em que estive aí – e em que pisei no chão de suas boas-vindas – eu senti a ofegância assustadora da natureza morta. Da não-natureza. Do não-vivo. Respirava em mim a lâmpada da sala e cochilava aos roncos a televisão que fazia você correr atemorizada. Eu entendia o que levava você a ter medo de sua casa: e era por isso que eu era errada ali. Para ajudá-la, eu precisaria compreender menos. Precisaria tomar como tolice tudo o que você tentava explicar com sua lógica. Eu precisaria – para lutar por você - não estar tão ao seu lado. Não estar tão em você. Precisaria?

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(ou você me suporta, junto a você, lutando contra os monstros que ninguém mais vê?)

Fome


Se tenho fome? Muita. Fome de vocês. Alimento-me tremendamente até fartar, e sempre falta, como se não houvesse fundo aqui. É tão simples que vocês nem chegam a perceber: nem bem lançam ao mundo um olhar mais lânguido, um sorriso mais frouxo, um medo mais devastador ou uma certa beleza que faz tontear, e cá estou eu, devoradora, iniciando meu ritual pagão. Minha vontade imensa da força inumana de vocês. Do animal que pulsa. Abro-me, pois, à selvageria delicada de devorar momentos. Abocanhar instantes. Comer, comer, comer, e me lambuzar de gente. Toda carinhosa, brincando de oferecer amor, confesso aqui e agora meu egoísmo crônico: minha vontade é sempre a de sugar. O néctar de cada um. E vocês nem notam. É que, por gentileza, sempre deixo de presente um pedacinho de mim. Como num mágico ritual de troca, eu - feiticeira em carne, sangue e espírito – faço uma mistura de nós todos num caldeirão de instantes. E apreendo o agora. Nada mais que o agora. O agora que é um grito solto no infinito. E pára aqui, bem na minha mão. O agora que eu pego e transformo em história. Dou a ele o nome de passado e mastigo, mastigo, mastigo ferozmente com meus caninos afiados, até que fique macio como um anteontem. Todo feito de saudades. Eu faço saudades de vocês, e vocês são muitos. Às vezes lhes esqueço os nomes e as feições. Recordo-me apenas do arrepio intenso que me provocaram. Eu como arrepios. Fazem cócegas na garganta e no coração.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Descobri


Me peguei confusa esta manhã...e fiquei pensando em mim.
No dia 16/05/2010, eu senti uma coisa, acreditei em outra. Conheci um cara que hoje virou parâmetro de comparação. Virou o cara com quem eu comparo todos os outros.

Só ele tem umas costas fortes,um sorriso tão sincero nos olhos. Ninguem tem sua boca fofa, a sua pele macia, o seu abraço quente. Ninguém é você e ninguem me basta tanto quanto você. Ninguem tem esse cheiro. Ninguem me faz rir como você. Ninguem nunca me viu chorar com a alma tão aberta, com a cara tão palida e o coração tão pequeno.
Não consigo ser tão eu como quando estou com você.
Você me conhece sem maquiagem, sem pudores, sem grana, despentiada, brava, feliz.
Você conhece meu melhor e aguenta o meu pior. Você é tão eu que eu penso que é meu!!!

Depois de você, os outros são os outros e só.Você vale qualquer mudança de planos.

Você merece que eu tire férias só pra dormir e acordar do seu lado. Pra te ter suado. Você me leva pra lua, ida e volta em cinco segundos.

Você tira do ar, me deixa sem chão. E você é essa pessoa do bem. E esse coração enorme. Pra quem eu nunca conseguiria mentir porque você lê meus pensamentos no fundo dos meus olhos.

Você é o que faz tudo valer a pena. Você compensa qualquer esforço. Você vale o risco.

Você me desafia. Me faz ir atrás. Ir além, ir mais longe e querer mais.Você me apaixona, me arranca pedaços, me deixa de boca aberta, de coração na mão.
Você é o que me faz levantar cedo da cama. Você me devolve a vontade de viver quando eu penso que tudo acabou...Você me tira de casa de madrugada.
Você faz meu coração bater mais forte.

Você é tudo e um pouco mais. E hoje estive confusa. EU!

Hoje senti que o amor que sinto não sabe amar, é um amor que por mais perfeito doi..transformou-se no imperfeito perfeito, entendeu?? Pensando assim, já me sinto egoista. É horrível ter que entender algumas coisas, por mais que eu saiba que estou errada em ficar brava e com ciúmes, não consigo ser diferente.

Então..talves eu não seja perfeita para você..o meu amor por você é sincero, puro e simples. É uma tarde de domingo. É o brinquedo novo que ainda não foi desembrulhado, esperando sempre uma nova sensasão. O meu amor é puro, desabrochado. O meu amor é intocável como um anjo, mais brilhante do que o sol.

E se alguém tiver esse amor, vai sorrir sinceramente, vai entender a vida. Vai dançar comigo sem música alguma. Vai se descabelar.Eu não quero um amor de cinema.
Eu quero um amor de verdade. Um amor que segura a minha mão com as duas mãos, para esquentá-la. Um amor que diz bom dia e boa noite. Que marca mais sorrisos do que lágrimas. Que tem certezas. Que vai, e sempre volta. Que olha, mas não fala. Que sente, mas não cala.Que não tivesse tido tantas histórias. Que vive só de amor.

Assim, não sei se me entende, que apesar de sempre me achar madura, estou me vendo inocente. Cobro coisas de você sem olhar pra mim. Você merece alguém menos egoista do que eu, alguém bem melhor.

Quanto naquele dia voc~e me beijou, achei que você poderia ser o despreparado. Me enganei, assim como com você conheci muitos sentimentos novos, descobri que namorado mesmo é uma das conquistas mais dificeis, necessita de advinhação de pele, de saliva,
lágrimas, nuvem ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil .
Mas namorado é mesmo difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito,
mas ser aquele a quem quer se proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme,
sua frio e quase desmaia, pedindo proteção.
A proteção dele não precisa ser decidida, basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Quem não tem namorado não é quem não tem amor, é quem não sabe o gosto de namorar.
Se você tem três pretendentes , dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter um namorado.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade.
Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar. Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas, do carinho escondido na hora em que passa o filme, de poesia de Fernando Pessoa,
Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar,
de gargalhadas quando fala junto ou descobre a meia rasgada,
de ânsia enorme de viajar junto para qualquer lugar,
ou mesmo sair de carro, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compras junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor,
nem ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele,
abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e do amado e sai com ela para parques, fliperama, ruas de sonho.Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar, quem gosta sem curtir, quem curte sem se aprofundar.

Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, de madrugada ou no meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações, quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo. Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre
e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar.

Sinto que meu coração enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar
e de repente começar a fazer sentido.
E quando tudo estava fazendo sentido me senti confusa.

Não entendo meu jeito, meu ciumes, minha vontade de você, eu quero ser o melhor pra você.

Eu Te Amo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Exceção


Quando eu era mais nova eu vi meu pai ao vento, ele partiu seu próprio coração e eu assisti enquanto ele tentava remontá-lo.
E minha mãe jurou que jamais se deixaria esquecer..
E esse foi o dia que eu prometi nunca falar sobre o amor se ele não existisse
Mas amor...Você é a única exceção
Talvez eu saiba em algum lugar no fundo de minha alma, que o amor nunca dura
E nós temos que arranjar outros meios de seguir em frente sozinhos ou manter o semblante impassível...
E eu sempre vivi assim mantendo uma distância confortável,e até agora eu jurei pra mim mesma que eu era feliz sem me entregar,porque nada disso nunca valeu o risco...
Mas você é a única exceção...
Eu me agarro firme à realidade
Mas não posso deixar o que está aqui diante de mim..as vezes parece que tudo é um sonho, com aquela sensação de que vou acordar...
Amanhã, quando acordar, me deixe com alguma prova de que isso não foi um sonho
Você é a única exceção.
E eu estou quase acreditando...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Beijosssssss


Estou deitada na cama, olhos fechados, dorso da mão esquerda sobre a testa, quando toca o telefone. É uma amiga, aflita. Diz que recebeu um e-mail de um rapaz em que está escrito "Oi", seguido de cinco pontos de exclamação. Continua: "Tudo certo para hoje", com sete interrogações. Minha amiga está intrigada com a pontuação do affair. "Esse monte de exclamações e interrogações me confunde", ela diz.

Isso me faz lembrar de um dia, há muitos, quando recebi um e-mail de um ex. Ele falava coisas sem importância (nada que eu me lembre agora ou cinco minutos depois) e terminava de um jeito que não esqueci por meses: "saudades…". Não era simplesmente "saudades", mas a palavra "saudades" seguida por reticências. Quase morri do coração, mãos na cabeça, cabeça em remoinho. Dia e noite, por muitos dias e inúmeras noites, tentei decifrar o significado dessas reticências. Consultei amigos, inimigos, búzios, estrelas e taxistas, mas nem eles foram capazes de me dar uma resposta definitiva.
‘"saudades!" é muito diferente de "saudades!!!" que é bem diferente de "saudades.", que não tem nada a ver com "saudades…"
As reticências poderiam dizer "volta pra mim, eu não sei viver sem você, fui um idiota". Ou "vamos nos encontrar, mesmo que seja por uma única noite, porque o meu corpo sente falta do seu". Ou "vamos usar a borracha que apaga tudo e dar mais uma chance pra gente, começando hoje à noite, depois de uma garrafa de vinho. Topa?".
A verdade é que a maioria dos mortais não consegue enxergar uma diferença que para mim é evidente: "saudades!" é muito diferente de "saudades!!!" que é bem diferente de "saudades.", que não tem nada a ver com "saudades…".
Meses depois, me dei conta de que aqueles três pontinhos não queriam dizer nada. Nada! Nada!!! Nada… Por acaso, eram três pontinhos, mas podiam ser três exclamações, ou um ponto final (na nossa história). Se bobear, poderia ser até uma interrogação: "saudades?".
Minha amiga acha que a ligação caiu.
- Tô ouvindo.
- Então?
- Então o quê?
- O que quer dizer essa seqüência de exclamações e interrogações?
- Ah, nada! Não quer dizer nada. Não tem nenhum significado oculto por trás das interrogações e exclamações.
- Jura?
- Responde logo esse negócio!
- Vou responder assim: Oi. Ponto. Confirmado. Ponto. Me pega às nove. Um único ponto de interrogação.
- Ótimo! Em última instância, os dois estão mantendo sua individualidade.
- E os beijos?
- Que beijos?
- Ele se despediu com "beijos" com vários "esses". Sabe como é?
- Beijossssssss. Sei…
- Acho muito melhor um beijo só: "beijo".
- Por quê?
- Ah, porque é um beijo na boca!
- Ele não vai entender dessa forma.
- Não???
- Só se você botar "beijo" seguido por reticências…
- "Beijo…"? Ah, não!!! Fica muito oferecido… Vou escrever que nem ele, porque aí, desde já, fica uma relação de igual pra igual.
- Você vai escrever beijos com vários "esses"???
- Oito "esses", que nem ele!
- Não combina com você.
- Ah, deixa eu responder esse negócio logo… Beijos!
- Beijos? Interrogação. Com quantos esses? Exclamação ou reticências?…
Ela desliga.
Volto a ficar sozinha na cama, olhos fechados, dorso da mão esquerda sobre a testa.

É esse silêncio que me mata.

CIUME


Fiquei desconsertada. E uma longa seqüência de perguntas endereçadas a mim, acuada no canto da mesa, tantas e sobre tantos temas, quando meu pensamento era um só. Taquicardia. E tome tremedeira - é o frio. Depois passou.

Pra seu governo, eu não me importo. Faça o que quiser, quando, onde, se, como, com quem preferir. Não ligo. A vida é boa e não oscila de acordo com a sua, seu passado, seu presente. Não existe nosso futuro, meu bem. Não tô nem aí. Fica com aquelazinha do cabelo Iemanjá - bate no meu queixo, veste roupa da coleção passada, é tão fofinha… Nem olho, nem tchum.

‘Esquento os lençóis com secador de cabelo, acendo a vela amarela de citronela, ligo um DVD de amor e não sinto falta de nada. Nada. Talvez chore na cena da despedida. '

Mas ninguém jamais vai saber

Depois daquele dia, veio outro, e mais outro, como todos que já vivi sem você. Alguém morreu? Hoje foi tão bom, sabia? Passei pela fila da vacina de rubéola segurando o tríceps, gemendo ai, fazendo medo nas pessoas, sendo que nem tinha sentido a agulha. Depois ri de boba, almocei meia garrafa e lanchei pipoca doce. Pedi um café, mas só tinha cerveja. Estava gelada de doer os dentes, como a noite, como eu e o vento, arrepiando meu cabelo preto. E tinha esse rapaz na mesa ao lado de olho no meu cruzar de pernas, cruzando meu olhar, olhando para mim. Bem ajeitado, o rapaz. Pedi mais uma cerveja e gastei três segundos - ou teria sido meia hora? - torcendo pra você passar na calçada. E me ver.
E daí que a noite está fria e a cama, vazia? Tomo uma novela de banho escaldante até embaçar os vidros de perfume. Com a ponta do dedo indicador, escrevo o meu nome bem grande no espelho. Embaixo, uma flor. Visto o pijama que minha mãe trouxe de Teresópolis: camisa pra dentro da calça, calça pra dentro da meia. Esquento os lençóis com secador de cabelo, acendo a vela amarela de citronela, ligo um DVD de amor e não sinto falta de nada. Nada. Talvez chore na cena da despedida.

Não preciso de você, não quero te ver e espero que você não me veja. Se alguém perguntar, diz que não sabe de mim, que sumi, que me arrependi, que endoidei, que não quero te ver nem pintado de roxo. E olha que roxo é das minhas melhores cores.

Sei muito bem viver sem você. Aprendi, decorei lições, pratiquei e, adivinha, atingi a perfeição. Hoje, tiro de letra. Vacinada, sei estacionar de ré, tenho carteira assinada, troco pneu, abro vidro de palmito, adoro um saca-rolha, conserto computador, carrego peso, arrasto móvel, bato martelo e tenho maleta de ferramentas própria. Sou auto-suficiente, me auto-estimo, me autofaço cafuné, me autoponho pra dormir. Complica quando sonho.

(É só ciúme. Desculpe.)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Do resto eu gosto


No telefone, sinal de ocupado.
No restaurante, fila.
Na sobremesa, dieta.
Na quina, teia.
No sábado, chuva.
No sabonete, cabelo.
No açucareiro, formiga.
No alfabeto, o "K".
No trânsito, 40 por hora.
No computador, ampulheta.
Na Internet, endereço não encontrado.
Na pressa, topada.
Na privada, acabou o papel.
No chuveiro, o interfone toca na cozinha.
No choro, a coriza.
No pranto, a tosse.
Quando vem uma idéia e não tenho caneta.
Quando digito deperessa, palavras erradas.
Quando vou dar um abraço e ganho dois beijinhos.
No beijinho, o cravo.
No recheio, azeitona.
No feijão, caroço.
Sonhando, despertador.
Conversando, esquecer onde queria chegar.
Discutindo, palavrão.
De blusa branca, comer sushi.
Decotada, nenhuma olhada.
Na mulher, nariz em pé.
No homem, avareza.
Se eu falo e ele não entende.
Se eu pergunto e ele não responde.
Às duas da manhã, insônia.
Às sete, buzina.
No inverno, a carência.
Na praia, areia.
No sítio, mosquitos.
Na cama, migalhas.
No sexo, silêncio.


Do resto eu gosto.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Bring it back

Me traga de volta os domingos de paz. Os cachorros correndo amarelos, no parque. O café ao meio-dia. A livraria de madrugada. O jornal no sábado à noite. A mãe acordando baixinho. A sessão da tarde com banana amassada. O disparo do coração ao ouvir a voz. A corrida cega pra logo chegar. O grito mudo ao ver chegar. O almoço tarde, sem fome. O beijo de duas horas. Os dedos cansados. A pele molhada sem secar. A parede pintada de azul. A prateleira colocada de surpresa. O presente esperado na hora inesperada. Os pés descalços na areia. O banho de cachoeira no fim do dia. O banho de chuva depois da praia. A rede balançando na total escuridão.

Suficiênte



Fechar os olhos e sentir seu cheiro, acordar pensando em você e sabendo que a noite inteira você me visitou nos meus sonhos, agradecer por não me lembrar. A cama cresceu de tamanho e o peito diminuiu.
Eu espero o telefone tocar naquele momento oportuno, e quando chego em casa olho feliz pela janela um vulto que desce a rua, mas não é você. Eu escrevo sem ter destinatário e espero uma carta que não tem meu endereço. Quem vai me levar no médico e fazer um chá de limão com alho que eu não vou querer tomar? E quem vai me esperar na porta de casa com uma camisa velha e desbotada, com cara de sono e a barba mal-feita e um cigarro na mão? Quem vai me abraçar quando eu chorar vendo a novela?
Fiz de tudo para apagar da memória seu rosto, seu beijo, seu falar, seu apartamento. Tentei afogar as mágoas no álcool libertador, mas esse só me trouxe mais saudades das vezes em que você bebeu comigo e demos risada como crianças, dançando pelas ruas da cidade. Fugi da sua lembrança e da sua existência e da sua presença incessante nos livros, discos, filmes…mas quando me distraio, mesmo que por um segundo, é seu sorriso que me aparece, como uma assombração, como um aviso, como um alerta. Como um espectro do que é o amor.
Às vezes eu esqueço e acho que posso suspirar de novo, como no começo, mas os suspiros são de saudade sua. Uma saudade que machuca e que eu deixo doer, pra ver se passa. Uma saudade de tudo que foi e de tudo que eu achei que poderia ser mas que não teve a oportunidade. Por que eu coloquei meu coração na mesa, abri, dissequei e mandei você olhar lá dentro, mas você disse que não, que não gosta de sangue. Você disse pra eu guardar, que não era bom deixar ele ali, tão desprotegido. Quando na verdade era você quem devia proteger e me tirar daqui, me levar pra algum lugar onde você esteja.
A saudade vai aos poucos se tornando solidão, e solidão dói mais. Às vezes vem a raiva me fazer companhia, mas ela não é forte o suficiente pra mandar a tristeza embora, então elas se juntam e viram uma sensação de derrota. Que não é mais sensação, senão derrota mesmo.
Me disseram que o amor é o ridículo da vida. Me disseram que o amor é dor, é fogo, é lindo. Só não me disseram que o amor não é suficiente. E eu que achei que tinha amor de sobra, me enganei? Mas pra mim sobrou amor. Tem por todos os cantos da minha casa, na minha bolsa, na minha agenda e nas roupas sujas jogadas pelo quarto. Sobrou demais, tanto que não tenho onde colocar, justo eu que não sou organizada tenho esse monte pra colocar em algum lugar seguro. Aí ele fica largado pela sala, alguém passa em cima e nem vê, ou então joga no lixo junto com o resto da comida chinesa largada há dias. Quando eu vou te encontrar, vou pegando ele de qualquer jeito, junto tudo numa mala e te levo pra ver se você quer, mas ele fica saindo pelos lados, transbordando, e você quer que eu guarde. Quer que eu deixe lá, trancado pra quando der vontade. Pra quando tiver certeza. Mas as certezas não existem. A gente inventa, molda com massinha e coloca dentro da nossa cabeça. Ela gruda tão forte que a gente pensa que acredita nela, pensa que ela está lá. E quando não está a gente acha que falta algo, que precisa dela; sem saber que o que a gente precisa a gente já tem. O que você precisa você já tem.

Liberdade


Desde criança tenta descobrir o que significa a palavra “liberdade”. Na verdade busca a denotação de todas as palavras e inventa as suas quando não encontra as que precisa. Vive num mundo meio-fantasia-meio-realidade e nem sabe distinguir um do outro. Finge ser estrela, cometa, nuvem, e voa até o alto pra ver as pessoas pequenininhas lá embaixo; lá de cima é tudo bonito, distante, sozinho. Volta pra terra e se veste de moça, inventa histórias, países, línguas e vidas. Cresce devagar, sem medo, sem pressa, sem perceber.
Vira menina moça e quer ir, fugir, correr…mas volta querendo colo e chocolate quente. Sente os pingos da chuva no seu rosto, os raios de sol na sua pele e os cheiros ao seu redore não procura saber de onde vem. Se deixa levar pela melodia das vitrolas e roda até o dia clarear. Se vê nas personagens dos romances que lê, dos filmes que assiste e se transforma em mil, mesmo que uma. Se veste de todas as cores e pinta flores no corpo com medo de não achá-las em seu caminho.
Aprende a amar, a sentir, a sofrer e guarda os rostos e vozes que passam pela sua vida, construindo imagens de queridos seres imaginários que sonha conhecer. Cada pessoa que passa pelo seu caminho deixa um pouco de si: um sorriso,um gesto,um abraço,uma lágrima, e tudo isso se transforma em uma coleção de memórias que se mesclam a ela de tal maneira que ninguém mais sabe qual pedaço é qual. É caleidoscópica, é mosaico.
Não segue os passos deixados na areia, tem medo de esquecer de quem são os passos, e nos passos de outrem não há insegurança, não há livre-arbítrio, não há perigo. E não entende o porquê de não criar seus próprios passos e, quem sabe, perder-se só pelo prazer de se encontrar. Enganam-se os que pensam que ela é porcelana ou papel. Ela é barro, é lama, é pedra e não se deixa levar por uma brisa – a não ser que ela queira se fazer leve e voar sem rumo por aí.
Dorme sempre com uma luz acesa e com uma mão segurando a outra. Espera que um dia uma das mãos seja substituída por alguém que vista um terno de estrelas e ande numa corda bamba de olhos fechados. Alguém que se sinta em casa quando a abraça e que garanta que as flores estejam sempre lá. Alguém que fale em poesia e caminhe em compassos.
Não sabe que não precisa saber o que significado daquela palavra desconhecida para poder vivê-la do modo mais intenso possível. É furacão e tempestade mas também sabe ser brisa e garoa. É uma pergunta e uma exclamação,um verbo e um ponto final.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Tecla Sap


"Em algum lugar acima do arco-íris
Lá em cima
Existe uma terra que eu ouvi falar uma vez numa canção de ninar
Em algum lugar acima do arco-íris
O céu é azul
E os sonhos que você ousa sonhar
Se tornam realidade, VERDADE
Vou fazer um pedido à uma estrela
E acordar em um lugar além das nuvens
Onde os problemas se derretem como balas de limão
Bem pra lá do topo das chaminés
É lá que você vai me encontrar
Pássaros azuis voam acima do arco-íris
Se pássaros azuis voam contentes acima do arco-íris
Por que eu não posso voar?"

THERE IS NO PLACE LIKE HOME!

Tecla SAP: Não há lugar como a casa da gente.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Mundo.
Adversidade.
As vezes queria que tudo fosse diferente.
Queria.Passado.
Hoje só tenho que agradecer, diante de desse mundo tão grande e antigo, tão diferente e igual, nasci na mesma época que pessoas maravilhosas, algumas fantásticas e outas segunda-feira!
Amor.
Simplicidade.
Você. Meu vago.
Pessoas importantes, pessoas que fazem a diferença.
Nem tudo vai ser do jeito que esperamos, mas tudo pode ser melhor do que parece.
Tudo tem que continuar.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Resumindo...


As vezes eu não sei o que quero da vida, e as vezes eu não sei o que esperar das pessoas.
Já tive planos e já pensei que seria o que hoje já não quero mais ser.
Me fizeram acreditar que amor pra valer eu ia sentir só uma vez na vida, e que as outras vezes iria ser um “gostar apaixonado”, e que esse gostar era coisa pequena, coisa sem valor.
Me fizeram acreditar que eu só iria ser feliz realmente quando encontrasse a minha alma gêmea, e que quando ela surgisse na minha vida meu coração iria bater mais rápido, minhas pernas tremer, meus olhos brilhar e meu coração se abrir sem medo.
Me fizeram acreditar que alguém iria me amar de verdade apenas uma vez, e se eu não valorizasse tal sentimento nunca mais iria encontrar algo semelhante.
Me fizeram acreditar que só existe uma fórmula para a felicidade, e que se eu escapasse dela estaria condenada a infelicidade.
Me fizeram acreditar que a gente não aprende gostar das pessoas, e que a insistência é a base do fracasso.
Me fizeram acreditar que a beleza exterior é uma carta de recomendação, e que esta abre tantas portas quanto a inteligência.
Me fizeram acreditar que a leitura ensina pessoas a questionarem sua propria infelicidade.
Me fizeram acreditar que os outros resolvem os problemas da minha mente.
Me fizeram acreditar que eu sigo um caminho já traçado e um destino já imposto, que as minhas próprias escolhas não fazem diferença quanto ao futuro incerto.
Me fizeram acreditar que os sonhos são bobagens, que o melhor a fazer é se deixar levar.
Me fizeram acreditar em todas as obviedades impostas, em todos os relacionamentos fracassados, em todas as mentes perturbadas, em toda a vida mal vivida.
Me fizeram acreditar que assim seria pra mim.
Ninguém contou que já nascemos inteiros, e que ninguém merece a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se tivermos em boa companhia só é mais agradável.
Ninguém contou que fórmulas para a felicidade dão errado e frustram as pessoas; sempre existem outras alternativas,
Ninguém contou que a gente aprende a gostar das pessoas com a convivência mútua, com a vontade das duas partes, e que ninguém nasce predestinado a amar outra pessoa.
Ninguém contou que beleza exterior é a curto prazo, que o que realmente importa são as vivências, as experiências, o aprendizado.
Ninguém contou que se resolvem os problemas com uma mente bem treinada para não se deixar abater, e não com remédios antidepressivos e estimulantes.
Ninguém contou que nós fazemos nossas escolhas e projetamos nosso futuro, e a decisão de caminhar por um caminho já trilhado é nossa.
Ninguém contou que tudo depende apenas de nós, que em um relacionamento sempre existem dois lados, que amamos o quanto somos capazes e somos felizes o quanto investimos nisso.

Vai logo


E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...
Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.
Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.
Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido.
Deixei de me importar com quem ganha ou perde.
Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.
Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.
Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de"amigo".
Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida".
Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente.
Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...
Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade.
E desde aquele dia já não durmo para descansar... simplesmente durmo para sonhar.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

2010

Foi um ano incrível, apesar de todas as decepções!!

Olhando para trás, vi o quanto aprendi: devo ter mais cuidado com o meu coração, pensando sempre muito antes de entregá-lo a quem me diz "eu te amo". Muitas vezes, essas palavras são ditas sem a menor verdade. E por falar em verdade, tive a prova incontestável de que esta é a maior de todas as armas que podemos ter na vida! Aliás, não só a arma, como o escudo, a armadura... Em compensação, infelizmente, tive a oportunidade de assistir, de camarote, como a mentira pode destruir uma vida. Foi muito, muito triste... E espero que quem ainda escolhe esse tipo de caminho, consiga encontrar uma saída, um retorno.

Aprendi que minha fé é grande e que devo confiar muito em todos os "guias espirituais", que me auxiliam e orientam nessa jornada terrestre. Contudo, compreendi que a fé maior deve ser em mim mesmo e que devo tomar minhas próprias decisões, seguindo minhas idéias, minha intuição e meu coração.

Aprendi que internet não é o melhor lugar para arranjar alguém para compartilha a minha vida - sim, há exceções, mas são raras! Aprendi a dar valor em quem me dá valor e a não ficar mendigando amor.

Aprendi a economizar dinheiro! Que é melhor juntar e comprar à vista do que me encher de prestações! Aprendi que é melhor dizer aos amigos "estou dura" e ficar em casa assistindo filme e comendo pipoca, do que me enfiar em dívidas no cartão de crédito só prá não admitir que estou passando por uma situação financeira complicada.

Aprendi muita coisa mesmo! Tanta, que não vou me lembrar de tudo. E isso aqui ficaria muito chato se eu fosse citar cada coisa, de qualquer maneira... Contudo, por conta desses aprendizados, sinto como se 2010 fosse a chance de recomeçar a minha vida.

Estou exultante por ter conseguido, finalmente, depois de muitos anos, sanar todas as minhas contas, coisas pendentes, duvidas, brigas, de quando eu era uma jovem de 18 anos, irresponsável e inconseqüente! Veja só quanto tempo, energia e dinheiro foram gastos até eu chegar aqui! Em muitos momentos, duvidei que conseguiria limpar toda essa bagunça sozinho, mas consegui. E, na verdade, não estava sozinho. Como eu já disse, muito devo ao plano espiritual.

Ano que vem também começarei de coração vazio de coisas do passado! Na verdade, vazio não. Amor eu tenho muito!! Dos meus pais, dos meus queridíssimos amigos! Ah!... Como eu amo meus amigos... Se não fossem eles do meu lado, talvez, eu fraquejasse muito mais. Abro aqui um parênteses para declarar meu amor incodicional a cada um de vocês que convivem comigo, meus amados, meus escudeiros, e aproveito para me desculpar por qualquer palavra torta, qualquer momento de raiva ou incompreensão. Faz parte da nossa amizade, eu sei, mas mesmo assim, sinto-me melhor pedindo-lhes perdão. Fecha parênteses. Agora, voltando à história do coração vazio, será muito bom começar o ano botando os sentimentos em ordem, me amando mais, entendendo o quanto sou especial e o quanto mereço alguém tão especial como eu ao meu lado! Desculpem aos que acharem que eu estou sendo arrogante ou convencido, mas na verdade, essa é a minha verdade.

Agradeço, agradeço e agradeço à Deus, aos meus "guias", aos meus amigos, à minha família e à todos que se importam comigo por absolutamente tudo nesse ano que termina! Peço que a vida de cada um (inclusive daqueles que, mesmo me fazendo mal, fizeram-me o bem de tornar-me mais forte) seja abençoada, e que todos consigam abrir seus corações para um Ano Novo onde todos teremos a chance de recomeçar.

Feliz 2010!!

Bjs, Mônica Mardegan

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Baby



Eu gosto do claro quando é claro que você me AMA.
Eu gosto do escuro no escuro com você na CAMA.
Eu gosto do não se você diz NÃO viver sem mim.
Eu gosto de tudo, tudo o que traz você aqui.
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe.
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo.
Adoro a pressa quando sinto.
Sua pressa em vir me amar.
Venero a saudade quando ela está pra terminar...
Baby, com você já, já!!!
Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão.
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã...
Eu finjo que eu não esperava xDD
Gosto de fazer amor fora de hora,
Lugares proibidos com você na estrada.
Adoro surpresas sem datas...
Chega mais cedo amor,
Eu finjo que eu não esperava,
Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós...
E de telefone, se do outro lado é a sua voz...
Adoro a pressa quando sinto...
Sua pressa em vir me amar!
Venero a saudade quando ela está pra terminar...
Baby com você chegando já.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

nada

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso:
não fazer mais nada.
Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...

o de mais nada fazer.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mosaicos

Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo e o que não mata com certeza fortalece.
Às vezes mudar é preciso, nem tudo vai ser como você quer, a vida continua.
Pra qualquer escolha se segue alguma conseqüência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze.
Essa história de que é melhor acordar arrependido do que dormir com vontade é mentira! Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Nem todo mundo é tão legal assim, e de perto ninguém é normal. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor e os amigos ainda se contam nos dedos
Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Alguém

Alguém é quem não é Ninguém.
Alguém é uma pessoa importante. Alguém certamente deve estar lendo esse monte de merda e rindo que nem um pastel...
Como eu acabei de dizer, alguém é um cara legal, mas pode as vezes ser um cara chato. Alguém pode ser um amor, mas também pode ser o fim de tudo, o seu maior problema. Alguém te ama, como também alguém te odeia. Alguém é alguém, mas alguém jamais será ninguém...
Alguém foi criado por um outro alguém que é filho de outros dois alguéns e neto de outros quatro alguéns e assim vai... Porém ninguém sabe o nome do alguém que criou o Alguém, não foi Chuck Norris pois se tivesse sido ele Chuck Norris seria um alguém (o que ele ñ é). Mas se alguém é alguma coisa, oque é o ninguém? se o ninguém é o contrário de alguém, ninguém é = nenhuma coisa. Mas como alguém poderia ter criado o Alguém? Então ninguém criou alguém, mas ninguém é alguém? Mas se alguém criou alguém então alguém já existia desde a criação do mundo! Mas quem nos criou? Quem nos criou foi alguém (para alguns Deus, Chuck Norris, Aláh etc)... então seria Alguém um Deus? Mas para tudo o que existe foi criado por alguém, então Alguém não é um Deus pois foi criado por outro alguém que também não é um Deus pois foi criado por outro algúem... Então não existe Deus? Então Deus é ninguém! ... Não da pra dizer o que é alguém, então fica ai a dúvida!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Estações

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Assim como as estações, as pessoas têm a habilidade de mudar.
Não acontece com freqüência, mas quando acontece, é sempre para o bem.
Algumas vezes leva o quebrado a se tornar inteiro de novo.
Às vezes é preciso abrir as portas para novas pessoas e deixá-las entrar.
Na maioria das vezes, é preciso apenas uma pessoa que tenha pavor de demonstrar o que sente para conseguir o que jamais achou possível.
E algumas coisas nunca mudam.
E que comece o novo jogo.

sábado, 15 de agosto de 2009

Gripe

O problema dos novos começos é que eles precisam de algo para terminar.
Alguns finais levam um tempo para se revelarem.
Mas quando isso acontece, eles são mais fáceis de ignorar.
Alguns começos iniciam tão silenciosamente, que você nem nota quando acontecem.
Mas muitos finais vêm quando você menos espera.
E o que eles pressagiam é mais negro do que você imagina.
Nem todos os começos são para se celebrar.
Muitas coisas ruins começam: brigas, época de gripe.
E a pior de todas .. quero começar algo.

Ai.

Passat


Sou cheia de manias.
Tenho carências insolúveis.
Sou teimosa.
Hipocondríaca.
Raivosa, quando sinto-me atacada.
Só ando no banco da frente dos carros.
Mas não imponho a minha pessoa a ninguém.
Não imploro afeto.
Não sou indiscreta nas minhas relações.
Tenho poucos amigos, porque acho mais inteligente ser seletivo a respeito daqueles que você escolhe para contar os seus segredos.
Então, se sou chata, não incomodo ninguém que não queira ser incomodado. Chateio só aqueles que não me acham uma chata, por isso me querem ao seu lado.
Acho sim, que, às vezes, dou trabalho.
Mas é como ter um Rolls Royce: se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para um Passat ... Rá!

quarta-feira, 15 de julho de 2009


Hoje me perguntaram ' que lição eu tive do meu ultimo relacionamento '...
Pensei em tudo que aconteceu, isso demorou um pouco, coisas boas, maravilhosas e péssimas.
Antes, depois..tanto faz, o que importa é o agora!
Aprendi que eu sabia de varias premissas, sabia que eu sabia, e por mais que eu sabia, queria não saber, "belissima contradição"...Shakespeare estava certo,e eu sempre soube que amores eternos podem acabar em uma noite; que grandes amigos podem se tornar ferrenhos inimigos; que o amor, sozinho, não tem a força que imaginei; que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno; que nunca conhecemos uma pessoa de verdade,afinal gastamos a vida inteira para conhecermos a nós mesmos; que confiança não é artigo de luxo, e sim de sobrevivência e quão dificil é para conquista-la e quão facil para perde-la; que os poucos amigos que te apóiam na queda são muito mais fortes do que os muitos que te empurram; que o " nunca mais" nunca se cumpre; que o "para sempre" sempre acaba; que minha família, com suas 1000 diferenças, está sempre aqui quando preciso; que vou sempre me surpreender, seja com os outros ou comigo; que vou cair e levantar milhões de vezes...
E ainda não vou ter aprendido tudo.
Mas principalmente aprendi que a gente para de gostar das pessoas.
Ainda bem.
E que apesar de tudo, acredite no Filtro Solar!

na vitrola : sum 41 - with me.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Mentira




A mentira talvez seja a atitude mais emblemática do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” ou da distância entre a intenção e o gesto. Em todas as suas formas variadas, como a dissimulação, a omissão e a fantasia, ela está onde o homem está. Aliás, mais ainda, ela está onde um resquício de consciência existe, posto que mesmo os animais, como os gatos e os cachorros, enganam.

Não tenho o menor objetivo de estudar a fundo esse assunto. Acho que céus e terras passarão, mas este assunto não se esgotará, de forma alguma. Então, deixando as grandes questões filosóficas e existenciais de lado, vamos ao que interessa: os problemas de ordem corriqueira decorrentes de contar uma mentira.

Como exposto de forma exagerada em um episódio de The Big Bang Theory, o problema da mentira é ter que agir pra impedir que ela seja descoberta. Seu objetivo, depois de alguns dias, horas ou, em casos muito críticos, minutos, passa não ser mais a encobrir a verdade original, mas a sustentar a teia de mentiras.

Sim, pois há um corolário à prática deste delito: uma mentira leva a outra, que leva a outra, que leva a mais duas e assim em diante até o final dos tempos ou até que o assunto seja esquecido, se você tiver muita, muita sorte. Ou até que você seja desmascarado, o que não vai ser legal, mas você já sabe disso.

Às pessoas experientes neste ato, criar uma história e amarrá-la de forma segura a conceitos e fatos que não interessam nem um pouco ao seu interlocutor é quase natural. Assim, corriqueiramente, pode-se dizer que não pode fazer algo porque tem uma tarefa pra completar pra faculdade [jogando no Kongregate], pode-se evitar uma festa de aniversário porre porque tem que fazer algumas coisas no Centro da cidade [ler na livraria local ou perambular mesmo] ou pode-se dizer que foi o incenso que produziu aquele cheiro adocicado levemente familiar à memória do seu pai crescido na década de 1970.

O máximo que isto suscitará serão perguntas sobre novos hábitos ou uma ou outra explicação adicional, mas nada muito aprofundado. O grande problema é quando você erra a mão e, estatisticamente, dado que mentimos umas cem vezes, pelo menos, por dia, até sem perceber, isso está fadado a acontecer. Talvez antes do final deste mês. Ou desta semana. You never know.

Já me aconteceu de dizer que morava em Botafogo [nem me pergunte por quê escolhi este bairro em específico... foi aleatório] e dar azar de indicar a mesma rua em que a tal pessoa vivia… tive que me esquivar de uma oferta de dividir um táxi e pensar em trinta motivos para fazê-lo, enquanto tinha que decidir quais coisas devia dizer que conhecia/lembrava e quais não das que ela me dizia. Não é agradável, mas, por sorte, nosso contato é marginal e isso não vai me afetar diretamente. Acho.

Isso leva a outro problema prático de mentir: o envelhecimento da mentira. Às vezes, isto pode ser uma grande benção. Se você for esperto, fará com que ela evolua até uma verdade. Por exemplo, eventualmente, posso me mudar de Botafogo para o bairro correto ou mesmo para Petrópolis. Ou dizer que foi tudo bem na prova ou na apresentação para a qual estava estudando naquele dia.

Por outro lado, a nossa memória não costuma ser a coisa mais confiável do mundo, especialmente à medida que avançamos nas décadas de existência. Se já não conseguimos lembrar de todas as coisas verdadeiras, que dirá das ficções que inventamos para nos proteger mesmo que de um mal imaginário? A resposta “Do quê você tá falando?” pode ser fatal.

Então, no final das contas, a verdade é mais prática do que a mentira. Exceto que não conheço ninguém que lide muito bem com a sinceridade suprema. Além disso, some-se isto à história das “mentiras brancas”, aquelas que não fazem mal a ninguém e pronto. Bem-vindo ao deserto do real. Onde nada é verdadeiro e tudo não passa de uma grande farsa encenada por todos, se você escolher este ponto de vista.

Logica e sentido




Todo mundo sabe disso, nem sei ao certo porquê me dou ao trabalho de escrever algo assim no final de cada período de ausência.

É difícil manter uma discussão quando as pessoas não concordam sobre o quê determinadas palavras significam. Ou, melhor dizendo, não sabem ao certo o que significa uma e o que significa outra, resultando em uma confusão desnecessária e frustrante. É como tentar falar português com um espanhol. Vai dar pra entender quase tudo, mas quase não é tudo. Na hora da verdade, zanahoría e sartén não se parecem em nada com suas contrapartes da nossa língua.

Duas palavra delas que geram tal problema são lógica e sentido. Embora cada umas possuam diversas acepções [diferente de, não sei, panela ou báculo], existe uma que gera algo que lembra sinônimos, mas na verdade seria mais conceitos relacionados. Bom exemplo é a Teoria das Supercordas.

Como disse o Leonard, o máximo que se pode falar sobre a Teoria das Supercordas é que ela tem lógica interna consistente. Ao dizer que algo tem lógica, você não está dizendo que essa coisa faz sentido e isso é extremamente relevante.

Por exemplo, o modo de pensar dos psicopatas costuma ter lógica. Eles seguem uma série de premissas que resultam, através de análise lógica, em resultados evidentes. Você pode claramente traçar relações entre pensamentos e ações e entre princípios e consequências. A partir dos próprios atos, você é capaz de encontrar, senão todas as causas, as mais relevantes.

Para que esse modo de pensar tivesse sentido, eu teria que concordar com as premissas básicas. Eu teria que pensar que elas são válidas. Portanto, vê-se claramente uma divisão fácil de se fazer: dizer que uma coisa é lógica é racional; dizer que algo faz sentido é subjetivo. O que faz sentido para mim pode não fazer sentido para um amigo meu. Por outro lado, se algo tem lógica, tem lógica independente de mim ou de você ou do padeiro da esquina. É uma característica tão intrínseca de determinado pensamento ou conjunto de idéias quanto dizer que uma caneta azul. Oras, ou ela é azul ou ela não é [não vou entrar no mérito aqui de subdivisões de cores].

Concluindo: ao entrar em uma discussão, lembre-se que lógica não é sentido. Se os argumentos do seu contestador não tiverem lógica, seu trabalho será muito mais simples do que se eles tiverem lógica, mas nenhum sentido, porque você terá que convencer os outros dessa visão.

Agora


"É íncrível o quanto cada um ainda não se dá conta da sua própria raridade, do espetáculo que é ser um em um milhão, ser um milhão em um.
Ninguém as vezes lembra que só você pra sentir o medo e a coragem do jeito que você sente, só você.
Daquilo que é óbvio, daquilo que nos faz um tanto bem maior, daquilo que nos faz amadurecer diariamente:
- A capacidade que a gente tem de olhar no olho, de agradecer, de poder dialogar, críticar com sensibilidade, com coragem. Que a gente saiba valorizar cada momento nosso, porque todo mundo aqui já está automaticamente em extinção.
Só existe um de cada um de nós.
Que a gente saiba cuidar muito disso... e agente tem que honrar isto em cada gesto nosso.
É apartir daqui o diálogo: ontem acabou, passou, já foi, o milésimo gol não veio; amanhã, amanhã nem começou ainda, agente só tem agora para ser e estar, agente só tem agora pra olhar no olho, pra criticar, agente só tem agora pra se declarar..."

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Passa...


Porque para viver de verdade a gente tem que quebrar a cara ?!
Tem que tentar e não conseguir.
Achar que vai dar e ver que não deu.
Querer muito e não alcançar.
Ter e perder.
Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita.
Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, mas que tem que ser ouvida.
A vida é incontornável.
A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai.
Dói, ai.
Eu sei como dói.
Mas passa. Tá vendo a felicidade ali na frente?
Não, vc não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente.
Continue andando.
Vc vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço.
Vai querer desistir, mas não vai desistir porque vc é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando.
Vc vai ser feliz.
Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha?
Vc ainda vai olhá-la e rir da cara dela...

PS: Tô rindo!

Perguntas


O mundo é feito de contrastes que devem ser harmonizados.
Conserve o seu ideal e aceite o do outro.
A vida é repleta de reveses, mas é na adversidade que se revela o melhor de nós.
As folhas caídas jamais retornam a árvore, cada um de nós é o presente, o passado e o futuro.
Um simples alfinete é capaz de movimentar um lago, faça pequenas revoluções.
Comece mudando suas própias atitudes. E aos poucos o mundo que o cerca mostrará as mudanças que começaram em você.
Não busque desesperadamente uma coisa.
Esqueça-a.
A verdadeira visão surge quando ja não se vê.
E também muitas vezes a resposta que procura esta contida na propia pergunta.
Não disperdice tempo perguntando demais aos outros.
Em geral você ja sabe a resposta.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Beijos


São beijos, não se consegue explicá-los.
Mas é óóóótimo entendê-los.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A simples vida



Nasceu, chorou, gritou, respirou, silenciou, bebeu, comeu, borrou. Dormiu, despertou. Engatinhou, berrou... lambeu, sujou, pegou, soltou. Dormiu, sonhou. Chorou, chorou... chorou. Andou, falou, cresceu.
Comemoraram.
Brincou, caiu, brigou, perdoou, desculpou e envergonhou-se. Sorriu, sorriu, sorriu, caminhou, pulou, chutou. "Gol!".
Estudou, aprendeu, reprovou... Passou.
Beijou, apaixonou, suspirou. Odiou. Esqueceu, lembrou. Mudou, escutou, viu, gostou: escreveu, rasgou.
Irou-se, calou-se, frustrou-se. Reconheceu. Confessou, declarou, ouviu... e se entristeceu. Ligou, desistiu. Esperou... Recomeçou.
Arrumou, continuou, insistiu, conseguiu, prosperou, ganhou, recebeu, deu. Abraçou, cultivou, cantou, juntou e se emocionou. Amou.
Agradeceu, congratulou. Viajou.

Retornou. Continuou.

Morreu.
Lembraram. Sorriram, choraram... de contentamento.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Eu


Quem sou eu?
Quando não temos nada de prático nos atazanando a vida, a preocupação passa a ser existencial.
Pouco importa de onde viemos e para onde vamos, mas quem somos é crucial descobrir.

A gente é o que a gente gosta. A gente é nossa comida preferida, os filmes que a gente curte, os amigos que escolhemos, as roupas que a gente veste, a estação do ano preferida, nosso esporte, as cidades que nos encantam.

Eu sou primavera, disparado. E ligeiramente outono. Estações transitórias.

Sou bala azedinha. Sou chá. Sou bife. Sou coca-cola. Sou filé com fritas. Sou morango com brigadeiro. Sou salmão com molho de limão. Sou cachorro-quente com frango e cheddar, e sem maionese.

Sou livros. Dicionários. Sou guias de viagem. Revistas. Sou mapas. Sou Internet.

Sou rosa. Sou loira. Sou cabelo lencaracolado. Sou jeans. Sou vestidos. Sou ar condicionado. Sou bicicleta. Sou praia.

Sou mais mesa do que cama, mais dia do que noite, mais flor do que fruta, mais doce que salgado, mais música que silêncio, mais pizza que banquete, mais refri que suco. Sou esmalte vermelho.Sou perfume importado. Sou cara lavada. Sou eu mesma.

domingo, 28 de junho de 2009

Ressaca


Gostar hoje do que vc não gostava ontem.
Não caber e deixar vazar. Saber tudo,alguma coisa ou quase nada.
Deitar-se na grama.
Se afogar em um quarto vazio.
Voar de avião,dançar,ver o sol raiar.
Criar conflitos.
Achar uma pessoa no bolso.
Transar fazer amor, ou tudo ao mesmo tempo.
"Tirar a inteligência das coisas para vê-las"...
Achar a doçura e loucura de todas as coisas.
Ouvir um disco que vc nunca ouviu antes.
Contar uma mentira.
Errar,perdoar,reparar.
Escrever uma carta sabendo que não vai mandá-la.
Ler um jornal velho.
Chorar de saudade.
Dormir, comer, descobrir uma coisa nova.
Tudo que é quase igual, mas não se pareçe em nada.
Discutir um assunto,
Falar eu te amo para quem vc nem sabe.
Esquecer uma coisa, ou todas.
Qualquer coincidência é mera semelhança.
O que muda um dia para o outro não é o sol que nasceu, ou o número no calendário mas sim,um novo amor.
Não importa se por um objeto, por alguém que vc nunca viu ou que já amava antes.
Um novo dia é a morte de um amor para o nascimento de outro, mesmo que esse outro tenha sido ontem o novo amor que iria morrer hoje para se tornar o amor de amanhã. Um novo dia é uma outra forma de amar a mesma coisa.
Pode ser um ódio cego ou um amor bobo que durará poucos batimentos.
E não tem nada que te salve de ficar preso em algum ontem, eternamente repetindo o mesmo bom dia, boa tarde e boa noite.
Um novo dia é vc mesmo cutucar com vara curta sua própria onça.
O que não sobrevive a um assassinato por segundo, não aguenta nenhum para sempre.
O sol nasce, e não está nem aí pra gente.
Não queira tirar o seu da reta.
Levante-se vá vc mesmo arrancar a folhinha do seu calendário.
Empurrar o sol para cima do horizonte, depois derrubá-lo ladeira abaixo e carregar a lua nas costas.
Dizer o que te envergonha,o que vc sonha. Olhar no olho de uma mulher linda.
Decorar uma musica.
Um novo dia é um porre sem beber.E depois se orgulhar da ressaca.

Felicidade



Por muito tempo, eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. Aí sim, a vida de verdade começaria.

Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade.
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.
A felicidade é o caminho!
Assim, aproveite todos os momentos que você tem.
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém.
Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade; até que você volte para a faculdade; até que você perca 5 kg; até que você ganhe 5 kg; até que seus filhos tenham saído de casa; até que você se case; até que você se divorcie; até sexta à noite até segunda de manhã; até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova; até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos; até o próximo verão, outono, inverno; até que você esteja aposentado; até que a sua música toque; até que você tenha terminado seu drink; até que você esteja sóbrio de novo; até que você morra; e decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo...
Lembre-se: felicidade é uma viagem, não um destino.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

TEMPO


Tem época na vida da gente que parece que os encontros 'amorosos' são mais uma provocação do que uma oportunidade de se sentir satisfeito e feliz... Assim, vamos contabilizando decepções e desacreditando na possibilidade de viver uma experiência positiva e motivadora.

Quando isso acontece, creio que o melhor seja parar. Uma pausa para aprender. Ou melhor, antes apreender. Perceber o que está acontecendo, quais são nossos verdadeiros desejos e quais tem sido nossas atitudes para torná-los concretos.

Muitas vezes, fazendo uma análise mais justa e desapegada, sem assumir nenhum papel, nem o de vítima das armadilhas da vida, nem da sacanagem dos outros e nem o de culpado, como se tudo o que fizéssemos estivesse definitivamente errado, terminamos descobrindo que há alguma incoerência nisso tudo.

Só que para isso precisamos de tempo... e principalmente de coragem para admitir limitações, assumir pensamentos negativos e confiar mais na sabedoria da vida e seu ritmo. O que acontece, no entanto, é que a maioria de nós não quer esperar, não quer refletir. Tem apenas um único pensamento que alimentamos o tempo todo: quero namorar, quero ter alguém!!!

Será que estar com alguém é o mesmo que estar feliz? Pode ser que sim, mas pode ser que não... e se por qualquer motivo você não tem ficado com quem deseja, talvez seja o momento ideal para um intervalo, tão útil entre uma decepção e outra...

Tempo de se observar, de observar as pessoas e ouvir o que elas dizem. Tempo de aprender, crescer, ter uma nova conduta, desenvolver uma nova postura. Aguardar até que a vida lhe mostre qual é o melhor caminho a seguir... mas para ver, você precisa estar atento... sem tanta ansiedade, sem tanto desespero para tentar fazer com que as coisas aconteçam do jeito e na hora que você quer...

E se nenhuma resposta vier, talvez signifique que você precisa ver e ouvir com o coração. Respeitar o silêncio. Aceitar a ausência de quem você tanto deseja encontrar... Talvez não haja uma resposta e nem haja uma explicação.

E se insistirmos em não aceitar, em brigar, em nos rebelar, em nos revoltar... conseguiremos tão somente mais dor... e menos amor. Aceite que você não tem o controle, que você não pode decidir sozinho, que o universo tem seu próprio ritmo. Faça o que está ao seu alcance; faça a sua parte... e bem feito; da melhor maneira que puder...

E o que não puder, entregue e espere... porque embora diga sabiamente a música "quem sabe faz a hora, não espera acontecer", tem ocasiões nesta vida em que quem sabe espera acontecer e respeita a hora de não fazer... até que um dia, o amor de repente acontece... porque seu coração estava exatamente onde deveria estar para ser encontrado.

domingo, 21 de junho de 2009

Estações


Em uma tarde de outono você lembra-se de uma outra tarde lá na sua infância.
Você fazendo o que gostava. Por mais que você tente ser racional aquela cena te induz a entender aquele momento como a essência da sua vida.

Já uma lembrança de verão traz emoções das quais pareciam mais fortes quando você era jovem.
Lembrando um amor, você respira fundo e acredita que viveu da maneira correta, ou por mais que volte no tempo, iria deixar tudo como foi.

As flores da primavera tentavam te consolar sobre aquela perda.
Não sabe onde, mas um dia você acordou e sua vida não estava mais lá.
Alguém roubou o motivo pelo qual seu organismo lutava por mais e mais sentimentos.

E nesta fria noite de inverno você, sentado ao lado da própria lápide, pensa se foi capaz de apenas viver. Sabe que não sabe se viveu da maneira certa e já se conformou que não há como saber. As preocupações de diversos gêneros que te atacaram quando vivo, hoje só permeiam as faculdades responsáveis pela lembrança.

Você não quer perder toda a sua vida, porque não viveria diferente, porque até onde ainda sabe, a oportunidade foi única.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

10 por cento


Poucas tantas certezas

Primeira:

“Rodeio”

O mais fácil é fazer
sempre a mesma coisa.
Os mesmos hábitos.
Os mesmos pensamentos.
A mesma reflexão.
O mais simples é ir
sempre aos mesmos lugares.
Cometermos os mesmos erros,
aprendermos a mesma lição...
O mais prudente é não mexermos
em time que está ganhando !
O mais coerente
é a rotina enfadonha !
Assim não se atrita
nossa zona de conforto,
nem se arrisca,
nem se sabe se está morto !

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Segunda:

“Informação”

Não precisam me dizer
que o tempo passa...
Me omitam isso.
Escondam os relógios.
Arrebentem as precárias ampulhetas.
Silenciem o tiquetaquear
dos marcadores universais do Tempo.
Calem os cucos.
Destruam os digitais.
Atrasem os vôos...
Acabem com qualquer
associação
ao ato de
cronometrar o tempo !


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Terceira:

“Senhor Dez Por Cento”

Eu não sou nem
dez por cento
do que eu penso !
Eu não sou nem
dez por cento
dos rostos
que me olham na rua...
Eu não sou nem
dez por cento
das minhas idéias
mirabolantes.
Eu não sou nem
dez por cento
da minha total idade.
Eu não passei
nem dez por cento
da minha vida
acordado
e focado
em mim...
Eu não passei
nem dez por cento
de todos os meus
momentos felizes
amando o homem
dos meus sonhos !
Eu não consigo conceber
o que seja dez por cento
de todo esse tempo
em que me propus
a divagar sobre algo !
Porque dez por cento
é conta redonda demais...
padrão demais
praquilo
que não é padrão !
Dez por cento
é gorjeta de garçom,
é “couvert” artístico,
é desconto de Imposto de Renda,
é uma pensão alimentícia
hipotética...
Dez por cento
é o que perdemos
de cabelos
a cada três anos,
estatísticas tolas e imprecisas .
Dez por cento
não é o meu ideal
de uma noite feliz !

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Namorado


Quem não tem namorado
é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil por que namorado de verdade é muito raro.
Necessita de adivinhação, de pele, de saliva,
lágrimas, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil .
Mas namorado é mesmo difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito,
mas ser aquele a quem quer se proteger
e quando se chega ao lado dele a gente treme,
sua frio e quase desmaia, pedindo proteção.
A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira,
basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor,
é quem não sabe o gosto de namorar.
Se você tem três pretendentes , dois paqueras,
um envolvimento e dois amantes,
mesmo assim pode não ter um namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva,
cinema sessão das duas, medo do pai,
sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho,
quem se acaricia sem vontade de virar sorvete
ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade.
Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida,
escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas,
do carinho escondido na hora em que passa o filme,
de flor catada no muro e entregue de repente,
de poesia de Fernando Pessoa,
Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar,
de gargalhadas quando fala junto ou descobre a meia rasgada,
de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia
ou mesmo metrô, nuvem, cavalo alado,
tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado,
fazer sesta abraçado, fazer compras junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor,
nem ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele,
abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e do amado e sai com ela para parques, fliperama,
beira d´agua, show de Milton Nascimento,
bosques enluarados, ruas de sonho ou musical do metrô.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele,
quem não dedica livros, quem não recorta artigos,
quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar,
quem gosta sem curtir, quem curte sem se aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto
de ser lembrado de repente no fim de semana,
de madrugada ou no meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar,
quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações,
quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem não fala sozinho,
não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre
e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos,
ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu
aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar
e de repente começar a fazer sentido."

Horas


Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:

Acho que você está errado, mas estou do seu lado...

Ou alguém que apenas diga:

Sou seu amor! E estou Aqui!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Segredos

Segredos..
Toda a gente tem...uns intimos, uns nem tanto....
Uns até contamos..outros nem pensar!
Gosto de ter segredos... ter a possibilidade de decidir ..o que quero ou não contar, a minha vida, as minhas historias.... as minhas vivências!
Dona da minha vida, dos meus segredos, dos meus sonhoss....
São estas pequenas coisas que seguram a vida.... as coisas intímas...que nos põem um sorriso na cara só de pensarmos nelas....e as vezes queremos partilha-las com os outros..outras vezes queremo-las só para nós...para podermos ser só nós a desfrutar do sorriso que...esses segredos nos proporcionam!
Gosto de ter segredos ... =)

Vago

Meu antes eu escrevi
Para a vida que não era
Minha e nem imaginava ser.
Passaram-se dias e noites
Até eu encontrar
O que é meu na primeira esquina
Que eu percorria todo dia,
Que eu sempre passava,
Às vezes parava.
O meu eu estava no seu sorrir,
Tímido como a mim,
Frente à exposição.
O meu antes vale,
Mas agora nem sei onde está.
Meu antes era você em penumbra
Da minha sombra tardia,
Alma límpida cheia de paz
Que não me exaspera.
E assim amo a mim,
Pois o meu antes agora se tornou meu é.


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Perspectiva


Adoro reticências! As reticências dizem tanto sobre a nossa forma de ser... Elas permitem a livre divagação da fantasia humana, nos dão o sentido da continuação, nos permitem sonhar... O que seria de nós sem a expectativa de continuação? O que faríamos se não pudéssemos imaginar o que vem depois? Não há nada mais angustiante do que me deparar com um ponto final. O final da frase é para mim algo como a morte de uma idéia, a definição crua de uma verdade, a impossibilidade de pensar no depois. Quando me vem um pensamento, quase nunca consigo materializá-lo. Ele viaja a anos luz de minha capacidade de verbalização ou escrita. Pôr um ponto final é, por isso mesmo, sacrificar a riqueza imaginativa de que somos capazes em prol de uma mera coerência textual. As reticências me dão a sensação do absoluto, do infinito possível depois da racionalização, tanto quanto me transmitem o vago, a imprecisão, a incerteza, todos faces da mesma moeda... Flutuar no terreno destes três pontinhos é algo como acompanhar Alice em suas maravilhas, esperar pelo boto na beira do rio, visitar o reino de Oz, buscar o fim do arco-íris, entrar com Maída pela porta da poesia... É a expectativa do “talvez...”, do “e então...” do “quem sabe...”. É a emoção diante do que pode ser, do que já é, mas que ainda não é realmente. Esta é uma mágica sensação que só é possível àqueles que se permitem sonhar, que se extasiam ao contemplar o nada, que não esperam ser compreendidos, e, na verdade, nem querem compreender, àqueles que nunca se cansam de imaginar... e agora, o que será?


(...)

Ain, tô mal, saco cheio, bolachas, coca-cola, Benhê, beijos, noite, insonia, filme, jogos, bolo.
Não sai da minha cabeça mais!!!!
*-*
a.e.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Tecno - logia


Hoje em dia a pizza vem congelada, a roupa lava sozinha, o Mc Donalds entrega em casa, e o filme não precisa mais rebobinar. Ninguém abre a Barsa pra fazer um trabalho, cada um tem seu celular, e é tudo tão cômodo que a gente ate se esqueceu que nem sempre foi assim.

A tecnologia nos deu um mundo novo: mais rápido, mais fácil e, antes de mais nada, passageiro. O hotmail rasga automaticamente as minhas cartas, as fotos somem sempre que o computador estraga, todo mês a Tim lança quatro ou cinco modelos diferentes de celulares. Estranho? Claro que não. Já estamos tão acostumados que mal percebemos a insolidez e instantaniedade das coisas.

E não é à toa. Nos vestimos assim, comemos assim, e o mais triste: nossos relacionamentos também são assim. A minha geração inventou o "ficar" e admite tranqüilamente sexo sem compromisso. Diferente da minha mãe, eu não preciso namorar pra beijar na boca, nem casar pra deixar de ser virgem e, se ao 17 eu me sentia em vantagem, hoje, alguns anos depois, eu começo a admirar aqueles tempos.
Para onde foi o romantismo, o amor verdadeiro, as flores, as declarações? O que aconteceu com a intimidade, com o respeito e a confiança? Será que ninguém mais acredita na felicidade calma das terças feiras chuvosas, na alegria constante de se querer quem se tem?

O consumismo nos induz a um estado de insatisfação permanente, que aplaude o digital e o descartável e abomina tudo o que é eterno e trabalhoso. Talvez seja por isso que a idéia de amar assuste tanto: a concepção de um sentimento duradouro e complicado contraria os valores vigentes, tornando-nos confusos e vulneráveis. É fácil conquistar uma menina por uma noite, é fácil ser atraído por um decote, difícil é querer estar com ela o tempo todo, difícil é não ter medo de ser feliz!

Eu posso parecer atrasada e até meio cafona, simplesmente não tenho outra opção.

Enquanto a internet não disponibiliza uma versão melhor, eu fico com esse meu coração de sempre, que já não acredita em romances express, nem se contenta com amostras grátis de amor.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ei..


Posso ficar na sua casa hoje?

Abra a porta e me receba de braços abertos. Talvez seja essa a minha maior carência: um abraço. Sem obrigação ou frieza. Cheio de ternura e acolhida. Como deveria ser sempre.

Não, não digas nada. Palavras hoje são dispensáveis. Vamos relembrar aquele tempo em que bastava um olhar para que tudo fosse compreendido. Não é saudosismo, nem a ilusão de que ontem foi melhor que o presente. Falo da sabedoria quem vem com o tempo e que nos ensina que todo momento deve ser apreciado. Pegar o que houve de melhor, aprender com o que doeu e seguir. Em frente, ao lado, em cima embaixo. Pouco importa.

Despojaremos no colchão no chão. Aquele que apesar de velho continua confortável. As almofadas amarelas que por várias vezes caíram quando resolvíamos pôr ordem em casa. Mas hoje só as almofadas. Esqueça a ordem. Me traga pijamas e porcarias pra comer.

Vamos assistir à comédias, dramas, aventura. Chorar e rir. Extremos da terapia alternativa que é a sétima arte. Um brinde à catarse!

A essa altura nem preciso dizer que os telefones estarão desligados. Por que é tão fácil se conectar e não se ligar a ninguém? Hoje, interações pessoais só as face-a-face. Você e eu.

Se acaso tiver um daqueles compromissos inadiáveis, não se preocupe. Deixe a porta aberta. Ao voltar eu estarei à sua espera.

Vitrola: Ray LaMonatagne – Be here Now