quarta-feira, 28 de abril de 2010

Do resto eu gosto


No telefone, sinal de ocupado.
No restaurante, fila.
Na sobremesa, dieta.
Na quina, teia.
No sábado, chuva.
No sabonete, cabelo.
No açucareiro, formiga.
No alfabeto, o "K".
No trânsito, 40 por hora.
No computador, ampulheta.
Na Internet, endereço não encontrado.
Na pressa, topada.
Na privada, acabou o papel.
No chuveiro, o interfone toca na cozinha.
No choro, a coriza.
No pranto, a tosse.
Quando vem uma idéia e não tenho caneta.
Quando digito deperessa, palavras erradas.
Quando vou dar um abraço e ganho dois beijinhos.
No beijinho, o cravo.
No recheio, azeitona.
No feijão, caroço.
Sonhando, despertador.
Conversando, esquecer onde queria chegar.
Discutindo, palavrão.
De blusa branca, comer sushi.
Decotada, nenhuma olhada.
Na mulher, nariz em pé.
No homem, avareza.
Se eu falo e ele não entende.
Se eu pergunto e ele não responde.
Às duas da manhã, insônia.
Às sete, buzina.
No inverno, a carência.
Na praia, areia.
No sítio, mosquitos.
Na cama, migalhas.
No sexo, silêncio.


Do resto eu gosto.